O diplomata norte-americano Robert Strayer disse, durante sua visita a Lisboa, que as tecnologias de rede 5G da Ericsson sueca, da Nokia finlandesa e da Samsung sul-coreana são tão avançadas tecnologicamente como a da Huawei, e devem ser usadas em lugar da gigante tecnológica chinesa.
Strayer, o vice-secretário adjunto para políticas cibernéticas, de comunicações internacionais e de informação do Departamento de Estado norte-americano, disse que era "necessário desmistificar" a noção de que a Huawei é mais avançada em 5G, exortando os países da UE a proibirem equipamentos de telecomunicações da empresa chinesa.
O alto responsável disse que os Estados Unidos estão encorajando os países europeus a pensar cuidadosamente sobre as implicações econômicas e de segurança de prosseguir com o uso da tecnologia da Huawei.
Há muito tempo que as autoridades americanas sustentam que a Huawei tem se envolvido em atividades de vigilância a favor do governo chinês. As alegações têm sido fortemente negadas tanto pela empresa como por Pequim.
"Não há como mitigar totalmente qualquer tipo de risco, exceto o uso de vendedores confiáveis de países democráticos", disse Strayer aos repórteres. "A boa notícia é que Ericsson, Nokia e Samsung todas fornecem tecnologia 5G que está no mesmo nível da que a Huawei está fornecendo hoje. Eles estão liderando o mundo no tipo de tecnologia que têm."
Robert Strayer garantiu que fornecedores ocidentais como a Ericsson e a Nokia usarão uma arquitetura aberta com mais funcionalidades, criando oportunidades para empresas nos Estados Unidos e na Europa fornecerem equipamentos compatíveis.
Huawei diz que empresas americanas são inferiores
A Huawei havia relatado anteriormente que gastou US$ 15 bilhões (R$ 65,5 bilhões) no ano de 2019 em pesquisa para lhe permitir alcançar a liderança de mercado, e dito que os Estados Unidos querem frustrar seu crescimento porque as empresas norte-americanas não conseguem oferecer a mesma gama de tecnologia a um preço competitivo.
A União Europeia afirmou que permitiria aos membros decidir que papel a Huawei chinesa pode desempenhar em redes 5G. O Reino Unido, que entretanto não é mais membro da UE, concedeu recentemente à Huawei um papel limitado na construção de uma rede móvel 5G.