Troyjo fez a declaração durante o evento CEO Conference Brasil 2020 do BTG Pactual, em São Paulo.
"É um estímulo internacional a continuação e aceleração do processo de reformas do governo", afirmou, citado pelo jornal Folha de S.Paulo.
No entanto, para Maria Beatriz de Albuquerque David, professora da Faculdade de Economia da UERJ, a lógica está invertida. Para ela, é a aprovação de futuras reformas que podem estimular a entrada do Brasil na OCDE.
"Fazer reformas é importante, mas dizer que a agenda de entrar na OCDE ajuda as reformas não. É ao contrário, as reformas feitas ajudam a entrar na OCDE, mas não o processo inverso. As reformas são uma decisão da sociedade brasileira e principalmente o entendimento entre poderes Executivo e Legislativo", disse à Sputnik Brasil.
Maria Beatriz de Albuquerque David disse que o discurso de Marcos Troyjo fez sentido pelo fato dele estar falando a um grupo de empresários, mas para a economista a relação é a oposta.
"É um bom discurso, um discurso para um público de empresários, mas essa relação que ele faz é inversa", afirmou.
Para a economista, o processo de entrada na OCDE é algo que tem que ser pensado a longo prazo.
"Se o país vai bem, se a economia vai bem, se é uma situação sustentável de longo prazo, que é o objetivo das reformas, de fazer com que tenha perspectivas de investimento a longo prazo, isso favorece a entrada na OCDE", explicou.
Segundo defendeu Maria Beatriz de Albuquerque David, não adianta o Brasil ter o "carimbo" da OCDE, mas não desenvolver sua economia.
"Isso é somente um 'carimbozinho' a mais, que legitimaria toda uma trajetória, mas ter um carimbo em si não quer dizer que a gente é rico e nem que está bem", completou.