A missão é revitalizar a relação estratégica entre Buenos Aires e Moscou após quatro anos de um vínculo praticamente congelado, apontou Alicia Castro, a futura embaixadora argentina na Rússia, de acordo com a reunião que ela teve esta semana com o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Felipe Solá.
"Com a Rússia temos uma parceria estratégica abrangente que é um compromisso para trabalharmos juntos nos próximos anos. A experiência e a militância coerente de Alicia Castro, a futura embaixadora, será uma garantia para o fortalecimento das relações bilaterais", escreveu em sua conta no Twitter o chefe da diplomacia argentina, que visitará Moscou em outubro próximo, por ocasião do 135º aniversário das relações bilaterais.
Citando "fontes próximas ao ministro das Relações Exteriores", a agência argentina Télam afirma que "a viagem de Solá pode se tornar um primeiro passo para uma 'eventual visita' do próprio presidente Alberto Fernández".
Questionado sobre o caso pela Sputnik Mundo, o analista geopolítico argentino Carlos Andrés Ortiz disse que para seu país "é essencial voltar a ter fortes relações estratégicas com a Rússia", assim como com a China.
"São duas potências muito importantes com as quais não temos relações conflituosas", sublinhou, observando que, pelo contrário, existem tensões com as potências anglo-saxônicas.
Em particular, ele acusou o Reino Unido de ter "usurpado" territórios insulares argentinos como as ilhas Malvinas, entre outras armadilhas que não deixa de colocar à nação sul-americana.
Apoios russos à Argentina
Neste contexto, ele descreveu como "muito valiosos" os "vários apoios muito consistentes que a Rússia tem dado há muito tempo às bem fundamentadas reivindicações argentinas de soberania sobre os territórios insulares e na Antártica".
"Nossas economias têm uma boa complementaridade, e sabemos que tem havido ofertas importantes, não só de investimentos russos na Argentina, mas também de financiamento para infraestruturas que têm valor estratégico no sector energético e ferroviário", disse Carlos Andrés Ortiz.
O especialista também manifestou sua esperança de que a oferta russa incida no "reequipamento necessário" das Forças Armadas argentinas, que "hoje estão praticamente desmanteladas".