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Exportações de carne do Brasil dispararam apesar de coronavírus e preço da ração, diz analista

O aumento dos preços de rações e incertezas do mercado de exportação, ligadas ao surto de coronavírus, não prejudicaram as expectativas do comércio para produtores de carne bovina e suína, segundo analista.
Sputnik

As expectativas para o uso de rações e produção pecuária no Brasil foram divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em relatório de um especialista agrícola.

"Apesar dos problemas logísticos atuais com os portos e o sistema de transporte interno na China, as exportações de carne bovina do Brasil dispararam para a China durante janeiro-fevereiro de 2020", disse o especialista, citado em um artigo do FeedNavigator.com.

Segundo o relatório, as embaladoras brasileiras também esperam maiores exportações de carne bovina para a China ao longo de 2020 devido aos problemas contínuos derivados do surto de Peste Suína Africana (PSA) e da maior demanda por carne bovina.

Produção de carnes

O especialista comenta que a produção de carne suína deverá expandir em 4,5%, enquanto que a de carne bovina deverá aumentar em 3,4%, sendo os crescimentos apoiados pela exportação e procura interna.

Em 2020 a produção de carne bovina deverá estabelecer um novo recorde, atingindo 10,5 milhões de toneladas métricas de peso de equivalente carcaça, opinou o analista.

"O aumento na produção virá principalmente dos ganhos esperados no peso médio das carcaças, das exportações projetadas recorde, principalmente para a China e Hong Kong, e da maior demanda interna, já que a economia brasileira deverá crescer mais de 2%", acrescentou, explicando que o consumo interno deverá aumentar 1,5% neste ano.

Exportações de carne do Brasil dispararam apesar de coronavírus e preço da ração, diz analista

Em relação aos suínos, está previsto um aumento do rebanho em cerca de 4%, atingindo um recorde de 44 milhões de cabeças, comenta o especialista agrícola, notando que é esperando que as colheitas de ingredientes de ração, como milho e soja, proporcionem custos estáveis.

Segundo o documento, os fatores que sustentam o aumento da produção incluem: a demanda internacional por carne suína após o surto de Peste Suína Africana (PSA), juntamente com o aumento da demanda interna, aumentos previstos de produtividade e pesos de carcaça e uma desvalorização cambial que torna os produtos brasileiros mais competitivos.

Exportações e expectativas

Com base na demanda da China e de Hong Kong, prevê-se que o comércio aumente 10%, atingindo um recorde de 2,5 milhões de toneladas métricas.

"Em 2020, a combinação de uma moeda brasileira desvalorizada com preços internos estáveis esperados provavelmente manterá os preços competitivos de exportação da carne bovina brasileira no mercado mundial", diz o analista, comentando que também há o interesse em abastecer os países muçulmanos, já que o Brasil exporta carne bovina halal.

O relatório destaca que as exportações cresceram 41% nos meses de janeiro e fevereiro deste ano (em comparação com o mesmo período do ano passado) e que o Brasil enfrenta atualmente uma situação única de fornecimento de carne suína para o mundo sem grandes problemas sanitários.

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