O plano de invasão teria sido elaborado para invadir a região portuguesa caso Salazar não concedesse facilidades militares aos Aliados perante a ameaça nazista.
Salazar na época "protelou sistematicamente" a concessão de facilidades aos britânicos nos Açores, pois acreditava ser "cedo para que isso acontecesse, temendo uma retaliação por parte da Alemanha nazi", declarou à agência Lusa.
Mesmo aparentando que os Aliados venceriam a guerra, Salazar aguardou até 1943 para assinar um acordo formal com o Reino Unido, permitindo a instalação das forças britânicas na ilha Terceira.
"Quer o presidente Roosevelt como o primeiro-ministro Churchill se, de fato, nesta altura, Salazar não tivesse aceitado o pedido britânico, já tinham planejada uma invasão dos Açores por parte dos Aliados", segundo o professor catedrático.
Vale ressaltar que, antes dos planos norte-americanos e britânicos, havia um plano alemão (Félix) para invadir a região, porém, o plano não foi realizado, pois Adolf Hitler foi informado por um almirante que "o problema não era tomar os Açores, mas mantê-los", já que o Reino Unido ainda controlava o Atlântico.
O presidente Roosevelt cogitou a aplicação ao arquipélago da doutrina Monroe, de 1823, a qual tinha como objetivo manter os europeus afastados dos assuntos norte-americanos.
Com isso, Roosevelt deixou claro que os Açores eram fundamentais para a defesa norte-americana, já que o controle do arquipélago era importante estrategicamente e fundamental para resistir ao expansionismo germânico através das suas ameaças de submarinos no Atlântico Norte, ressaltou Luís Andrade.
A região era tão importante que, em 1940, o Ministério de Guerra português já havia alertado o governador civil dos Açores sobre um perigo iminente de invasão da região, segundo o escritor e professor universitário Eduardo Mayone Dias, da Universidade de Los Angeles.