A gigantesca explosão ocorreu a aproximadamente 390 milhões de anos-luz da Terra, no aglomerado de galáxias Ophiuchus (Ofiúco), e foi tão poderosa que perfurou uma cavidade no plasma do aglomerado, o gás superquente em torno do buraco negro.
Em um estudo publicado pela revista The Astrophysical Journal, a professora Melanie Johnston-Hollitt, do núcleo do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia na Universidade Curtin, Austrália, afirmou que a explosão é “realmente muito grande” e "extraordinariamente energética".
"Não sabemos por que é tão grande [...] Mas ocorreu muito lentamente, como uma explosão em câmera lenta ao longo de milhões de anos", afirmou Johnston-Hollitt.
A equipe de pesquisa afirmou que a energia liberada pela explosão foi centenas de milhares de vezes maior do que as explosões já vistas nos aglomerados de galáxias, e aproximadamente cinco vezes maior que o antigo recordista, o aglomerado MS 0735.6 + 7421.
A explosão teria sido de tal magnitude que poderíamos colocar 15 Vias Lácteas na cratera que a erupção formou no gás quente do aglomerado, conta Simona Giancitucci, do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA e principal autora do estudo.
"As pessoas eram céticas devido ao tamanho da explosão", disse ela. "Mas é realmente isso. O Universo é um lugar estranho."
A descoberta foi feita por meio de quatro telescópios: o Observatório de Raios X Chandra, da Nasa, o XMM-Newton, da ESA, o Murchison Widefield Array (MWA), na Austrália Ocidental, e o Giant Metrewave Radio Telescope (GMRT), na Índia.
"Obtivemos as ferramentas para cavar mais fundo com os radiotelescópios de baixa frequência, para que possamos encontrar mais explosões como essa", afirmou Johnston-Hollitt.
Agora, os pesquisadores pretendem utilizar aproximadamente 4.096 antenas para coletar novas observações, em busca de mais descobertas.