A porta que leva a uma passagem foi construída em 1660, para a coroação do rei Carlos II. Através da passagem seria possível acessar o Westminster Hall, parte mais antiga do edifício, do final do século XI.
Desde sua restauração originada pelos bombardeamentos alemães sobre Londres, na Segunda Guerra Mundial, e durante 70 anos, ninguém tinha estado na câmara, informa o Parlamento britânico.
Após ter sido frequentemente utilizada, a passagem foi bloqueada em ambos os lados em 1851, quando passou a ser esquecida. Apesar das obras em meados do século XX, a passagem não havia sido encontrada.
A historiadora-chefe, Liz Hallam Smith, explicou que, enquanto revisavam "10.000 documentos não catalogados relacionados ao palácio", encontraram a informação para ingressar na passagem através de um claustro atrás do Westminster Hall, coberto por painéis de madeira, utilizado como oficina pelo Partido Trabalhista.
"Quando observamos o painel mais de perto, notamos uma pequena fechadura de latão que ninguém havia notado antes, acreditando que poderia ser uma cabine de energia", afirmou.
Dentro da passagem havia dobradiças que sustentaram as portas de madeira de 3,5 metros de altura do Westminster Hall e uma lâmpada que ainda funcionava.
Além disso, nas paredes continham mensagens escritas por pessoas que trabalharam na restauração do palácio após o incêndio.
"Esta habitação foi fechada por Tom Porter, que gostava de Ould Ale", é uma das frases de 1851 encontradas no local, que fazia referência a uma cerveja.
"Pensar que essa passagem foi utilizada por tantas pessoas importantes ao longo dos séculos é incrível", afirmou o presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle.
Através da passagem, passaram o cronista Samuel Pepys no século XVII e o primeiro-ministro britânico Robert Walpole, no século XVIII.