Estas observações surpreenderam os cientistas Falko Langenhorst e Dennis Harries da Universidade Friedrich Schiller, em Jena, na Alemanha. Durante a última década, vários grupos de cientistas de todo o mundo analisaram cuidadosamente a estrutura e a composição química das partículas do pó do asteroide Itokawa, e ninguém conseguiu notar a presença de ferro.
A descoberta veio à tona só quando o pesquisador japonês Toru Matsumoto, que foi convidado para colaborar temporariamente no Instituto de Geociências da universidade alemã, examinou as partículas com um microscópio eletrônico de transmissão, conseguindo, assim, localizar os cristais de ferro usando imagens de alta resolução.
Trata-se de algo impressionante, pois os "bigodes de ferro" foram encontrados posteriormente em outras amostras do asteroide. Agora, a questão particularmente interessante é saber como se formaram.
'Bigodes de gato' de ferro são descobertos cobrindo as amostras do asteroide Itokawa.
"As formações são consequências da influência cósmica na superfície do asteroide", explicou Langenhorst em comunicado. Além das rochas, as partículas de alta energia do vento solar também fustigam a superfície do asteroide. Um importante componente do asteroide é o minério troilite, que liga o ferro e o enxofre.
"Como resultado da meteorização espacial, o ferro se liberta do troilte, se depositando na superfície em forma de 'agulhas' que agora foram descobertas", destacou mineralogista Langenhorst.
O enxofre do sulfeto de ferro se evapora logo em seguida no vácuo circundante na forma de compostos de enxofre gasoso, os resultados da pesquisa foram publicados na semana passada em jornal Nature Communications.
Os pequenos bigodes atingiram determinado tamanho depois de cerca de 1.000 anos", concluiu o pesquisador Toru Matsumoto, da Universidade Kyushu em Fukuoka.