Segundo informou na quinta-feira (5) o jornal espanhol ABC, a ação do turista teria sido intencional, causando "danos incalculáveis" às esculturas, na opinião de Camilo Rapu, presidente da comunidade indígena de Mau Henua, organização responsável pelo cuidado e conservação das estátuas, citado pelo jornal argentino Diario Clarín.
Situada a 3.700 quilômetros da costa do Chile, a Ilha de Páscoa guarda um dos mais curiosos mistérios de toda a humanidade, as mais de 887 estátuas gigantescas de pedra, chamadas moais.
Um chileno na Ilha de Páscoa jogou sua camionete contra uma de suas icônicas estátuas causando danos "incalculáveis".
As autoridades indígenas dizem que o acidente pode ter sido deliberado e pediram mais proteção para as mil estátuas (moai) à medida que o turismo aumenta.
A Promotoria ordenou ao turista que permanecesse em Rapa Nui (o nome oficial da Ilha de Páscoa) e que comparecesse mensalmente em uma esquadra de polícia, enquanto decorrer o inquérito, que estará concluído em 90 dias, segundo o Clarín.
O turista enfrenta agora uma multa, podendo igualmente responder criminalmente.
[Destacado] Policiais detêm o homem que, de manhã, jogou sua camioneta contra uma plataforma cerimonial localizada no setor de Puna Pau que está protegido pela Lei do Patrimônio.
Camilo Rapu, citado pelo ABC, afirmou ser necessário "rever o marco legal que protege o patrimônio histórico e cultural dos povos nativos".
"Como se sabe, os moais são estruturas sagradas de valor religioso para o povo de Rapa Nui, e um ato desta natureza não é apenas um ato vil, mas também uma ofensa a uma cultura viva que nos últimos anos tem lutado para recuperar todo o seu patrimônio histórico e arqueológico", afirmou Rapu, citado pelo Clarín.
Por sua vez, o prefeito da Ilha da Páscoa, Pedro Edmunds, anunciou que retomaria sua iniciativa de restringir o acesso de veículos ao sítio arqueológico, algo que já havia sem sucesso tentado fazer há oito anos, mas que fora rejeitado pelas autoridades municipais.
"Há oito anos éramos 8.000 pessoas, hoje somos cerca de 12.000, mais outros 12.000 turistas que chegam todos os meses. Não fomos ouvidos e eis o resultado", lamentou Edmunds, citado pelo ABC.