No domingo, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) reduziu os custos dos empréstimos para quase zero - seu segundo corte de emergência em menos de duas semanas.
O Fed também divulgou um enorme programa de compra de ativos, semelhante às medidas implementadas durante a crise financeira global há mais de uma década, e na segunda-feira sua agência em Nova York divulgou outros US$ 500 bilhões em injeções de dinheiro para aumentar a liquidez.
O Banco do Japão aderiu na segunda-feira, dizendo que intensificaria seu programa de compra de títulos.
Em ação conjunta coordenada com o Banco Central Europeu, o Banco da Inglaterra, o Banco do Japão, o Banco do Canadá e o Banco Nacional Suíço, o Fed passou a combater as "pressões de financiamento em dólares" globais, de acordo com seu chefe Jerome Powell.
Mas o mercado não ficou impressionado e, com o coronavírus se espalhando pelo mundo, o chefe da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse ser impossível prever o pico da pandemia.
O mercado de ações de Sydney liderou as perdas na Ásia e no Pacífico, caindo 9,7%. Foi a pior queda diária da história da Austrália.
Xangai caiu 3,4% e a escala da crise foi relevada pela divulgação da informação de que a produção industrial chinesa registrou a primeira contração em quase 30 anos.
Os principais mercados da Europa caíram cerca de 10% com a abertura de Wall Street, que também registra perdas de magnitude semelhante, o que desencadeou a paralisação de diversas bolsas de valores.
"O pacote agressivo de corte de taxas e estímulos do Fed na noite passada serviu como um sinal de alerta para os mercados", disse David Madden, analista do CMC Market no Reino Unido, em entrevista à agência de notícias AFP. "Um grande corte nas taxas dá a impressão de que eles, o Fed, estão nervosos, e os traders perceberam isso".