Espanha e a França são zonas ricas em termos de arte rupestre do Paleolítico, ao contrário do enigmático País Basco, que se reparte entre estes dois países e onde até à data só tinham sido detectados seis locais, gerando a chamada teoria do vazio, que não haveria arte rupestre na região.
Vazio de arte rupestre
Na realidade, apesar de já estar habitado durante a Idade da Pedra, eram escassos os vestígios de arte rupestre encontrados no atual País Basco.
Um estudo de arqueólogos da Universidade do País Basco, publicado pela Universidade de Cambridge e revelado agora pelo jornal Haaretz, dá conta da descoberta de novos 17 sítios de arte rupestre anteriormente despercebidos na região basca.
Os arqueólogos, com recurso a sofisticados meios tecnológicos, lograram descobrir locais de arte do período Paleolítico tardio, alguns dos quais podendo ter até 40.000 anos.
Afinal a arte sempre esteve no País Basco, estava apenas desbotada
Estes achados deitaram por terra a teoria do vazio, dado os sítios conhecidos de arte da Idade da Pedra terem aumentado de seis para 23, comentou a pesquisadora Blanca Ochoa em conversa com o jornal.
Antes destas descobertas, acreditava-se que havia pouca produção artística no País Basco, que era um local pobre nessa arte.
Zona rica e 2 estilos
Uma das cavernas melhor estudadas foi a de Danbolinzulo, nas encostas do monte Ertxiña, que contém desenhos quase completamente desbotados, mas que mudaram a compreensão que os arqueólogos tinham dessa época.
Os pesquisadores concluíram que dois estilos dessas pinturas estavam presentes nesse território na mesma época.
No período entre 40 e 20 mil anos atrás havia duas culturas de arte rupestre na região, a chamada Francesa ou Continental, no território da atual França, e a chamada Ibérica, na península do mesmo nome.
Entretanto, no atual País Basco estão presentes ambas as culturas em diferentes cavernas, o que não só demonstra que na região havia bastante manifestação dessa arte, como a existência de ambas as culturas em simultâneo na mesma área.