Em seu discurso de sexta-feira (20) para assinalar o Ano Novo persa, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, notou em particular que a República Islâmica tinha conseguido tirar proveito das sanções anti-iranianas dos EUA.
"O Irã beneficiou das sanções dos EUA. Isso tornou-nos autossuficientes em todas as áreas", salientou Khamenei.
Ele descreveu 2019 como um "ano tumultuoso para a nação iraniana" que, segundo ele, "começou com inundações e terminou com o coronavírus". Khamenei também expressou a esperança de que Teerã "supere todas as dificuldades com unidade".
Donald Trump está apertando maliciosamente as sanções ilegais dos EUA com o objetivo de drenar os recursos do Irão necessários na luta contra a COVID-19, enquanto nossos cidadãos estão morrendo por causa dela.
"O mundo não pode mais ficar em silêncio enquanto o terrorismo econômico dos EUA é suplantado pelo seu terrorismo médico", disse Zarif no Twitter em 7 de março.
Antes, o presidente iraniano Hassan Rouhani tinha dito que os esforços do governo para combater o coronavírus "diante da pressão máxima dos EUA e dos impactos desumanos das sanções já são notáveis, mesmo quando comparados com as medidas tomadas por outros países".
Rouhani acrescentou que as sanções renovadas dos EUA ao seu país "causaram cerca de US$ 200 bilhões (R$ 1 trilhão) de prejuízos diretos à economia iraniana em menos de dois anos".
Sanções dos EUA contra o Irã
Os Estados Unidos aumentaram as sanções às exportações de petróleo e às indústrias iranianas nos últimos dois meses, com o secretário de Estado, Mike Pompeo, dizendo em fevereiro que a administração do presidente Donald Trump estava defendendo a recuperação das restrições globais a Teerã por causa da suposta violação de seus compromissos nucleares.
O Departamento de Estado disse na quarta-feira (18) que os EUA aplicaram novas sanções a sete entidades envolvidas na venda de produtos petroquímicos iranianos.
Washington reimpôs suas sanções econômicas a Teerã em maio de 2018, quando a Casa Branca se retirou unilateralmente do acordo nuclear iraniano de 2015, também conhecido como Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA), acusando a República Islâmica de violar seus compromissos no âmbito do acordo.