Notícias do Brasil

OMS contraria Bolsonaro e defende confinamento como ataque contra a COVID-19

Os países que bloquearam o livre trânsito de suas populações para impedir a disseminação do novo coronavírus precisam usar o tempo para encontrar e atacar o vírus, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira.
Sputnik
"Pedir às pessoas que fiquem em casa e interromper o movimento da população está ganhando tempo e reduzindo a pressão sobre os sistemas de saúde. Por si mesmas, essas medidas não extinguirão as epidemias", explicou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Pedimos a todos os países que usem esse tempo para atacar o vírus", acrescentou Tedros na mesma entrevista coletiva. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de três bilhões de pessoas estão vivendo sob medidas de bloqueio para conter a propagação do coronavírus.

Segundo o diretor-geral da OMS, os países precisam expandir, treinar e implantar suas forças de trabalho em saúde e saúde pública, além de implementar sistemas para encontrar todos os casos suspeitos e aumentar os testes.

Mais cedo, em sua página no Twitter, Tedros defendeu a união dos principais líderes mundiais em prol de um plano humanitário para apoiar países mais vulneráveis à pandemia. Além disso, ele defendeu o aumento dos testes de coronavírus a todos os suspeitos, o reforço do isolamento social de toda a comunidade, e o cancelamento de eventos de massa e de viagens internacionais.

"Imploro aos líderes que se unam e prestem atenção a esse apelo", escreveu. "Nossa mensagem para todos os países é clara: preste atenção neste aviso agora, apoie este plano politicamente e financeiramente hoje e podemos salvar vidas e retardar a propagação da pandemia da COVID-19", escreveu.

As medidas sugeridas pela entidade vêm sendo seguidas pela ampla maioria dos países, porém o presidente brasileiro Jair Bolsonaro questionou as medidas, defendendo em um pronunciamento na noite de terça-feira o confinamento exclusivo de pessoas com mais de 60 anos, e a retomada do que ele classificou como normalidade. Ele ainda chamou a COVID-19 de "gripezinha".

Comentar