"Eu acho que não vai chegar a esse ponto [situação dos Estados Unidos]. Até porque o brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega nada. Você vê o cara pulando em esgoto ali, sai, mergulha, tá certo? E não acontece nada com ele. Eu acho até que muita gente já foi infectada no Brasil, há poucas semanas ou meses, e ele já tem anticorpos que ajuda a não proliferar isso daí", afirmou o chefe de Estado, segundo o portal G1.
A declaração foi feita nesta quinta-feira (26) na porta do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência.
Segundo o mapa interativo da Universidade John Hopkins, o número de casos nos Estados Unidos chegaram a 82.404, superando a China (81.782). Em seguida aparecem Itália, com 80.589, e Espanha, com 56.197.
De acordo com o último balanco do Ministério da Saúde, no Brasil foram confirmados 2.915 casos, com 77 mortes.
'Dorme comigo?'
Quando indagado sobre a divulgação dos dois testes de coronavírus que realizou, que ele afirma ter dado negativo, mas sem apresentar os exames, Bolsonaro perguntou ao repórter: "Para que você quer saber? Dorme comigo? Minha palavra vale mais que um pedaço de papel".
O presidente afirmou ainda que o governo estuda maneiras de realizar o isolamento vertical defendido por ele. Ao contrário das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da maioria dos especialistas, que recomendam quarentena para toda a população, Bolsonaro disse que apenas idosos e pessoas com doenças pré-existentes deveriam se isolar.
"O próprio [ministro da Saúde, Luiz Henrique] Mandetta tá convencido disso. Mas a quarentena vertical tem que começar pela própria família. O brasileiro tem que aprender a cuidar dele mesmo, pô", disse.
Ele disse que hotéis ociosos poderiam ser usados para abrigar os grupos de risco.
"Pode ser a partir de amanhã [sexta, 27]. Muita coisa está sendo estudada, conversada", respondeu ao ser questionado quando a medida seria colada em prática.