Os esforços e medidas que os governos adotem (ou não) no combate ao coronavírus serão decisivos na forma como a economia global se comportará após a pandemia.
Esta é a opinião expressa por analistas da empresa de consultoria McKinsey & Company, que preveem dois cenários, um otimista e outro pessimista.
Cenário otimista
As previsões otimistas apontam uma profunda recessão durante um trimestre, que poderá ser a maior desde a Segunda Guerra Mundial, a que se seguiria uma recuperação espetacular, caso a pandemia seja superada até o final do segundo trimestre de 2020.
Nesse cenário, a China recuperaria rapidamente e regressaria antes do quarto trimestre de 2020 a seu nível de produção de finais de 2019.
Nos Estados Unidos, a recessão seria mais profunda e o crescimento econômico nulo em 2020.
A União Europeia sofreria o maior impacto, com uma recessão de cerca de 4% de sua economia ao longo de um ano.
Globalmente, a taxa de crescimento da economia mundial diminuiria 1,4% em 2020.
Cenário pessimista
Pesquisadores elaboraram igualmente cenários pessimistas, para o caso de a epidemia não poder ser contida e a maior parte da população mundial vier a ser infectada pelo SARS-CoV-2. A intensidade e gravidade do impacto na economia global dependeria da forma como os governos tomassem medidas para apoiar a economia.
Se estas políticas não produzirem resultados, muitos bancos abrirão falência, provocando o colapso do sistema financeiro e do sistema produtivo, conduzindo a uma crise que duraria muitos meses. Se as medidas de apoio à economia global forem bem-sucedidas, pelo contrário, assistiríamos a uma rápida recuperação.
De acordo com um dos cenários pessimistas analisados em pormenor pelos especialistas da McKinsey, a China só recuperaria em meados de 2021, enquanto os Estados Unidos e a União Europeia só regressariam a seus níveis anteriores à crise no final de 2023. Graças à China, a economia mundial lograria recuperar um ano antes do esperado.
Por sua vez, os países em desenvolvimento teriam mais facilidade em resistir à nova crise. Já o Ocidente, pelo contrário, sofreria um enorme choque, uma vez que não presenciou nada parecido desde a Segunda Guerra Mundial. A pandemia pode conduzir a mudanças profundas no mundo e no comportamento dos seres humanos, concluem os especialistas da empresa de consultoria.