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Bolsonaro diz respeitar governadores e cita apoio da Índia na produção de hidroxicloroquina

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, voltou a se pronunciar em cadeia nacional de rádio e televisão nesta quarta-feira (8).
Sputnik

Em seu terceiro pronunciamento em três semanas, Bolsonaro novamente falou sobre a crise em torno da pandemia do novo coronavírus. Se no dia 24 de março, Bolsonaro chamou a COVID-19 de "gripezinha" e "resfriadinho", desta vez o presidente pediu união em torno de sua figura para o enfrentamento à pandemia no Brasil.

Bolsonaro falou em "salvar vidas", prestou condolências aos mortos pela COVID-19, e voltou a falar em simultaneidade do combate à pandemia e da proteção de empregos.

"Os mais humildes não podem deixar de se locomover para buscar o seu pão de cada dia", afirmou.

O presidente ainda disse que o governo federal não foi consultado sobre as medidas de isolamento impostas nos estados, mas disse que respeita prefeitos e governadores.

"Respeito a autonomia dos governadores e prefeitos. Muitas medidas, de forma restritiva ou não, são de responsabilidade exclusiva dos mesmos. O governo federal não foi consultado sobre sua amplitude ou duração", afirmou.

Apesar disso, Bolsonaro voltou a dizer que as consequências econômicas da quarentena levam ao desemprego e à morte, repetindo uma frase do presidente dos EUA, Donald Trump, de que "as consequências do tratamento não podem ser mais danosas que a própria doença".

O presidente brasileiro também disse que "a grande maioria dos brasileiros quer voltar a trabalhar", contrariando pesquisas de opinião divulgadas recentemente que apontam amplo apoio às medidas de restrição no combate à COVID-19. Segundo pesquisa do Datafolha, 76% dos brasileiros apoiam a quarentena e 65% apoiam a manutenção do fechamento do comércio.

Defesa da hidroxicloroquina e acordo com Narendra Modi

O presidente ainda voltou a defender o uso da hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19, um medicamento que segue sem a eficácia comprovada mas que vem sendo utilizado em alguns casos. Bolsonaro citou o médico Roberto Kalil, do hospital Sírio Libanês, que defende o uso da droga em pacientes internados.

Bolsonaro apontou ainda que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, se comprometeu a fornecer a matéria-prima necessária para a produção do medicamento no Brasil.

O pronunciamento desta quarta-feira veio logo em seguida de um dos momentos mais tensos do governo durante a pandemia. Na segunda-feira (6), o presidente chegou a ameaçar a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mas voltou atrás após uma reunião com a equipe ministerial. Desde então, Bolsonaro não havia se manifestado publicamente.

Segundo a mais recente atualização do Ministério da Saúde, o Brasil tem hoje 15.927 casos da COVID-19 e 800 mortes causadas pela doença.

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