Chefe da OMS foi alvo de ameaças racistas e de morte por resposta à COVID-19

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira que enfrentou ameaças de morte e insultos racistas sobre a resposta da agência de saúde da ONU à pandemia do novo coronavírus.
Sputnik
"Posso contar que ataques pessoais que vêm ocorrendo há mais de três meses. Abusos ou comentários racistas, dando-me nomes [como] preto ou negro [...] até ameaças de morte. Não dou a mínima", garantiu ele a repórteres durante uma coletiva de imprensa.

Ele pediu à comunidade global que "por favor coloque em quarentena a politização da COVID. Este é o caminho [a ser tomado] se quisermos vencer".

"É isso que queremos. Não nos importamos com ataques pessoais. Preocupamo-nos com a vida que passa a cada minuto desnecessariamente, porque não conseguimos nos unir e combater esse vírus", afirmou Tedros.

Solicitado a comentar a fala do presidente dos EUA, Donald Trump, que acusou a agência na terça-feira de ser "centrada na China", Tedros informou que a OMS estava perto de todas as nações e "ignora cor" e "ignora riqueza".

"Para nós, pequeno e grande é o mesmo. Para nós, as pessoas do norte ou do sul, leste ou oeste são iguais", explicou ele, acrescentando que a mídia deve defender a unidade na luta contra o vírus, em vez de dar fôlego às chamas da discórdia.

A OMS foi criticada por confiar nas estatísticas da China e levar muito tempo para declarar uma pandemia, que infectou mais de 1,45 milhão desde que surgiu em Wuhan, em dezembro do ano passado. Mais de 83 mil morreram até aqui, segundo a Universidade Johns Hopkins.

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