Proxima Centauri albergaria vida? Cientista explica que raios ultravioletas podem dar resposta

O sistema Alpha Centauri, o mais próximo de nós, contém um exoplaneta que é talvez o maior candidato para habitabilidade longe do Sol. Um cientista argentino discute essa possibilidade.
Sputnik

O exoplaneta Proxima Centauri B, descoberto em 2016, orbita a estrela tipo M (anã vermelha) Proxima Centauri, e faz parte do sistema Alpha Centauri, localizado a quatro anos-luz do Sistema Solar. Está dentro da chamada "zona de habitabilidade de água líquida", uma região que tem condições para existência de água na superfície do planeta, e é alvo de uma pesquisa científica que foi publicada na revista Royal Astronomic Society.

A conclusão a que Ximena Abrevaya, astrobióloga e pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET) na Argentina, chegou a partir de estudos realizados em laboratório, foi que, embora essas possíveis formas de vida recebessem muito mais radiação do que a que recebemos aqui na Terra, uma fracção da população seria capaz de sobreviver, relata a Sputnik Mundo.

O estudo, que visava determinar se o planeta podia suportar vida, foi realizado por uma equipe de investigadores internacionais, tanto na área da biologia como da astrofísica.

"Há muito interesse no estudo deste exoplaneta porque tem características que se pode pensar serem adequadas à vida. Decidimos estudá-lo no contexto da radiação ultravioleta emitida pela sua estrela e que chega à sua superfície", disse a pesquisadora argentina à agência.

A Terra tem uma atmosfera constituída por uma camada de ozônio capaz de "proteger" parte da radiação ultravioleta emitida pelo Sol. O planeta Proxima B não tem essa camada, mas tem nitrogênio e dióxido de carbono, elementos que também seriam capazes de reduzir o impacto dos raios ultravioletas, de acordo com a pesquisa.

A outra parte do trabalho se centrou na análise das deflagrações (eventos explosivos que emitem grandes quantidades de radiação) da estrela Proxima Centauri. Realizaram experimentos em um laboratório para determinar se estes eventos poderiam ou não limitar a vida em Proxima B.

"Não podemos dizer com certeza que há vida, mas podemos pensar que há. Para a nossa pesquisa consideraremos formas de vida simples, como microrganismos, porque seria mais provável que fossem encontrados. Mas não podemos descartar qualquer possibilidade, mesmo que possa haver tipos de vida diferentes dos que conhecemos na Terra", refere Abrevaya.

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