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Brasil faz menos testes contra COVID-19 entre os 15 mais atingidos no mundo, diz jornal

Dentre os 15 países mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus, o Brasil é o que menos realiza testes para detectar a COVID-19, ao mesmo tempo em que os casos internos não param de subir e o país está prestes a superar a marca de um milhar de mortes.
Sputnik

A dependência extrema de insumos importados para a fabricação de medicamentos e dos testes ajuda a explicar a situação, de acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo nesta sexta-feira (10). Mas a subnotificação, já reconhecida pelas autoridades, vai além.

A publicação revela que o Brasil testa muito pouco a população. O país faz 296 testes por milhão de habitantes, enquanto o Irã, o segundo que menos testa entre os mais afetados, faz 2.755 por milhão. Os EUA, 7.101 por milhão. A Alemanha, um dos países com menor taxa de mortalidade, testou 1.317.887 pessoas, o que corresponde a 15.730 por milhão.

O Brasil só produz uma pequena porcentagem dos testes contra a COVID-19. A grande maioria dos testes e dos insumos para a produção deles e de medicamentos que estão sendo testados, como a hidroxicloroquina, vêm do exterior e são produzidos por países como China, EUA, Índia e nações europeias.

Brasil faz menos testes contra COVID-19 entre os 15 mais atingidos no mundo, diz jornal

A forte concorrência também é apontada como um entrave para o Brasil testar mais – hoje os testes são direcionados a pacientes graves, mortos, e profissionais de saúde –, mas a ausência de uma política clara e unificada do governo federal também não ajuda.

Se de um lado o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta semana estar trabalhando com o embaixador na China no Brasil para obter respiradores e outros equipamentos, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, criaram rusgas diplomáticas com Pequim.

Segundo pesquisadores ouvidos pelo jornal, a falta de investimentos na indústria de biotecnologia e na pesquisa estão agora cobrando o seu preço. De acordo com Roger Chammas, da Rede USP para Diagnóstico da COVID-19 (Rudic), não falta capacidade técnica, mas sim insumos que, se tivesse havido investimento, o país poderia produzir aqui.

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