Estariam EUA arranjando pretextos para sair do tratado Novo START?

O Departamento de Estado dos EUA acusou a Rússia de violar os compromissos em matéria de controle de armas nucleares.
Sputnik

Com estas alegações, Washington estaria procurando uma desculpa para abandonar o Tratado de Redução de Armas Estratégicas de 2010, ou Novo START, que impede que as duas superpotências se envolvam em uma corrida armamentista, disse em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik o analista militar russo Ivan Konovalov.

De acordo com o relatório publicado pelo Departamento de Estado, Washington suspeita que a Rússia teria realizado uma série de experimentos relacionados às armas nucleares.

O relatório afirma também que em 2019 a Rússia teria continuado a violar seus compromissos regulados pelos artigos I, IV e VI do Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário (Tratado INF), que proíbem os dois países de possuir e produzir mísseis de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros, realizar testes e possuir plataformas de lançamento deste tipo de mísseis.

O analista militar Ivan Konovalov recorda que foi Washington quem interrompeu a cooperação praticamente em todas as áreas do tratado.

"Nós propusemos manter a cooperação sem alterações ao menos no domínio nuclear, no entanto, Donald Trump anunciou uma revisão das capacidades nucleares dos EUA. O que isso significa? Os americanos estão de novo pegando no bastão nuclear", salienta analista.

"Nesta situação, tudo é evidente, os americanos procuram se desfazer do novo START e para isso utilizam o mesmo esquema que aplicaram para sair do Tratado INF. Eles ficaram mal quando se retiraram do Tratado sobre Mísseis Antibalísticos, e não acharam necessário explicar sua decisão a ninguém. Nesse tempo, pensavam que a Rússia era fraca e que concordaria com tudo. E depois não deu mais certo, eles tiveram que inventar esquemas", comenta Konovalov.

O pacto Novo START limita o número de ogivas nucleares e os meios de entrega. A atual versão do tratado foi assinada pelo então presidente dos EUA, Barack Obama, e seu homólogo russo Dmitry Medvedev em 2010. O acordo deve expirar em fevereiro do próximo ano.

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