"Estou encorajado que a crise da COVID-19 também tenha criado algumas oportunidades de cooperação", afirmou Mladenov em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU. "Peço fortemente aos líderes israelenses e palestinos que aproveitem este momento para tomar medidas em direção à paz, para rejeitar movimentos unilaterais que apenas aprofundarão a barreira entre os dois povos e minem as chances de paz".
Como os dois lados estão coordenando seus esforços para conter a disseminação da COVID-19 no território, eles devem reconhecer a interdependência existente e adotar medidas concretas para resolver o conflito, prosseguiu Mladenov.
Apesar dos desenvolvimentos positivos na frente diplomática, Mladenov apontou, as autoridades palestinas continuam enfrentando uma escassez aguda de equipamentos médicos.
Em março, os serviços de saúde na Faixa de Gaza ficaram com 44% dos suprimentos essenciais, além da necessidade crítica de testes e equipamentos para unidades de terapia intensiva. Em Jerusalém Oriental, apenas dois dos seis hospitais estão prontos para tratar pacientes com COVID-19.
Para mitigar o impacto da crise da saúde, os líderes israelenses e palestinos devem considerar a libertação de - ou alternativas para - detidos que são particularmente vulneráveis à COVID-19, incluindo mulheres e crianças.
Mladenov observou que as Nações Unidas lançaram um plano de resposta solicitando US$ 34 milhões para responder às necessidades de saúde pública da pandemia de COVID-19 na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza.
Segundo a Universidade Johns Hopkins, Israel confirmou 14.592 casos de COVID-19, com 191 mortes. Na Cisjordânia e Gaza, 480 infecções foram diagnosticadas e quatro fatalidades registradas.