O conteúdo do texto enviado por Bolsonaro foi revelado pela coluna de Vera Magalhães, do Estado de S.Paulo.
"Não ataquem presidência, Supremo ou Congresso, mas aquilo que você julga que deve ser mudado. Exijam ações, cobrem votações, critiquem sentenças, vocês atingirão seus objetivos", diz a mensagem, que, por outro lado, afirma que "toda manifestação é justa e garantida" pela Constituição.
"Portanto vão para as ruas, mas tenham uma pauta real, objetiva, com foco na missão", complementa.
No último domingo (19), Bolsonaro participou de ato em Brasília, em frente ao quartel-general do Exército, que defendia o fim do isolamento social da população por causa do coronavírus, mas que também tinha pautas como intervenção militar e o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Protestos semelhantes ocorreram em várias cidades do país. Na ocasião, o presidente afirmou que não iria "negociar nada" e tinha chegado o momento do "povo no poder".
No dia seguinte seguinte, porém, o presidente amenizou o discurso e disse que "democracia e liberdade" estão "acima de tudo".
STF abre inquérito para apurar protestos contra democracia
A mensagem para Toffoli mantém o tom conciliatório, em um momento em que o STF, após pedido da Procuradoria-Geral da República, abriu inquérito para apurar a organização de atos contra a democracia no país.
O presidente, no entanto, não está entre os alvos do inquérito, que segue sob sigilo.
O texto encaminhado para o ministro da mais alta corte do país afirma ainda que "aqueles que pedem intervenção militar" precisam dizer antes "quem ocupará a cadeira do capitão Jair Bolsonaro", e "aqueles que pedem AI-5" devem apontar "onde está na Constituição tal dispositivo".
Trecho do texto que Bolsonaro enviou a Toffoli também afirma que "o próprio presidente tem dito que deve lealdade ao povo, assim como às Forças Armadas".
"Unam esforços, o povo quer um Brasil diferente do que temos ainda, mas para isso deve escolher suas pautas, e também suas armas democráticas", completa.