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Analista: Para agradar Congresso, Bolsonaro terá que fazer indicações políticas após saída de Moro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou sua demissão do governo nesta sexta-feira (24).
Sputnik

O ex-juiz federal ficou no comando da pasta por um ano e quatro meses e justificou seu pedido de demissão por conta da troca do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.

Moro disse que o desejo do presidente Jair Bolsonaro com a exoneração de Valeixo era fazer uma interferência política na Polícia Federal.

"O presidente me disse mais de uma vez, expressamente, que ele queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher relatórios de inteligência, seja diretor, seja superintendente. E realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação", declarou o agora ex-ministro.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Ricardo Ismael, cientista político e professor da PUC-Rio, disse que Bolsonaro vai precisar fazer indicações políticas para agradar o Congresso Nacional para poder se livrar de um possível processo de impeachment.

"A questão chave nesse balanço de perdas e ganhos é: será que essas indicações políticas vão garantir a Bolsonaro ser blindado de um eventual pedido de impeachment no Congresso Nacional?", questiona.

Para Ismael, setores da esquerda e do centro vão sair fortalecidos com a saída de Sergio Moro do governo Bolsonaro.

"A opinião pública e a sociedade vão se afastando do próprio Bolsonaro. É possível imaginar que haja desdobramentos políticos e principalmente no projeto de reeleição [de Bolsonaro] para 2022, o centro e a esquerda devem ganhar, é difícil saber quem ganha mais, mas eles devem ganhar. Já a candidatura de Bolsonaro para 2022 ficou muito mais enfraquecida", afirmou Ismael.

Ainda não se sabe quem será o substituto de Sergio Moro no comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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