EUA querem politizar, e não reduzir a proliferação nuclear no mundo, afirma China

O Ministério das Relações Exteriores da China criticou os EUA por "politizar" a maneira como outras nações trabalham em projetos civis de energia nuclear. Washington havia alegado anteriormente que a China está minando as salvaguardas globais de não proliferação.
Sputnik
"Nos últimos anos, os Estados Unidos têm usado vários pretextos para desacreditar e suprimir a cooperação normal em energia nuclear entre outros países", afirmou o porta-voz do ministério, Geng Shuang, a repórteres em uma entrevista diária nesta sexta-feira (24).

Algumas altas autoridades norte-americanas declararam publicamente que a cooperação em energia nuclear deveria ser usada como uma ferramenta geopolítica. A China se opõe fortemente a esse modo de politizar a cooperação em energia nuclear.

Geng estava respondendo a uma pergunta sobre o recente relatório de política do Grupo de Trabalho sobre Combustível Nuclear dos EUA, cujos membros incluem o secretário de Energia Dan Brouillette e o secretário do Interior David Bernhardt.

Em seu relatório, publicado na quinta-feira (23), as autoridades acusaram Pequim e Moscou de não manter seus parceiros comerciais com os "mesmos altos padrões" dos EUA e de usar "padrões mais baixos como ponto de venda".

Alegou-se ainda que empresas chinesas e russas permitem que países estrangeiros importem tecnologia nuclear "sem as mesmas salvaguardas de não proliferação exigidas pelos Estados Unidos e seus aliados".

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'Completamente inconsistentes com os fatos'

Tratando as alegações do relatório como "completamente inconsistentes com os fatos", Geng disse que Pequim sempre promoveu o uso da energia nuclear civil de uma "maneira responsável".

Ele ressaltou que a China continuará "cumprindo rigorosamente seus compromissos internacionais de não proliferação" e conduzindo a cooperação com países estrangeiros "com base no respeito mútuo e em benefício mútuo".

Na semana passada, o Departamento de Estado dos EUA expressou preocupação com a China, supostamente violando o padrão de "zero rendimento" durante seus testes nucleares subterrâneos em 2019.

"Rendimento zero" refere-se a um teste nuclear sem uma reação em cadeia explosiva que seria semelhante à causada por uma ogiva nuclear. Pequim informou que essas alegações eram "totalmente infundadas" e reiterou que o país está cumprindo todas as suas obrigações sob o direito internacional.

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