Nesse momento, Drosten, diretor do Instituto de Virologia do Hospital Charité de Berlim, já era um virologista de renome entre seus colegas a nível internacional, mas desconhecido fora desses círculos. Agora, ele é uma das pessoas mais influentes da Alemanha, descreve o jornal ABC. Tanto o governo federal alemão como os governos regionais seguem suas instruções.
O especialista realiza previsões inquietantes, mas suas mensagens não são de teor alarmista. Drosten adverte aos alemães que o vírus seguirá se espalhando pelo país durante todo o verão, mas que a situação seguirá sob controle se as normas de distanciamento forem mantidas.
"Estamos encantados de contar com alguém assim", enaltece o porta-voz do governo alemão.
Desde o começo de 2020, o virologista reconhece ter aprendido muito sobre a COVID-19. "Digamos que a curva de aprendizagem foi empinada", disse. "O motivo pelo qual a Alemanha tem um número muito menor de falecimentos que a Itália ou Espanha está relacionado à quantidade de diagnósticos em laboratório que estamos fazendo aqui, a quantidade de testes PCR que nos permite tratar os pacientes na primeira semana do contágio, que é quando o vírus ainda é compatível".
Os 200 mil testes que a Alemanha realiza diariamente, seguindo as recomendações do virologista, junto com a disponibilidade de camas preparadas para cuidados intensivos com respiradores, são algumas das medidas que talvez expliquem por que Alemanha atravessa esta crise com um número de baixas registradas menor do que países vizinhos.