Cientistas descobrem mistério de atmosfera de Vênus girar 60 vezes mais rápido que a superfície

Um novo estudo realizado por cientistas japoneses desvendou o mistério da rotação da atmosfera de Vênus, que gira mais rápido do que a superfície do planeta.
Sputnik

A superfície de Vênus, cujo tamanho e gravidade são similares aos da Terra, é difícil de explorar devido ao seu céu estar completamente coberto por grossas nuvens de ácido sulfúrico e a temperatura no planeta atingir 460 graus centígrados.

Além disso, a superfície de Vênus gasta 243 dias terrestres para completar uma rotação sobre seu eixo, ao mesmo tempo que sua atmosfera gira quase 60 vezes mais rápido que a superfície, completando uma volta ao redor do planeta a cada quatro dias, segundo estudo publicado pela revista Science.

Este fenômeno é conhecido como super-rotação atmosférica e foi observado em outras ocasiões na maior lua de Saturno, Titã.

Para desvendar o mistério, os cientistas analisaram imagens obtidas no espectro ultravioleta e dados térmicos infravermelhos pela sonda Akatsuki, que orbita Vênus desde dezembro de 2015.

Cientistas descobrem mistério de atmosfera de Vênus girar 60 vezes mais rápido que a superfície

Com a utilização destes dados, eles conseguiram rastrear os movimentos das nuvens de Vênus e mapear os ventos do planeta, bem como a forma que o calor circula na atmosfera.

Anteriormente, estudos sugeriam que, para gerar este tipo de rotação, a atmosfera de Vênus devia ter um impulso angular suficiente (quantidade de impulso que um corpo tem graças à sua rotação) para superar o atrito com a superfície do planeta.

Agora, os pesquisadores descobriram que a atmosfera de Vênus recebe seu impulso angular através das marés térmicas, que são variações na pressão atmosféricas impulsionadas pelo aquecimento solar próximo do equador do planeta.

"Havia uma suposição de que as marés térmicas pudessem estar contribuindo para a aceleração por trás da super-rotação, mas penso que a hipótese era diferente, por isso foi uma surpresa", afirmou a Space.com o autor principal do estudo, Takeshi Horinouchi, cientista planetário da Universidade de Hokkaido.

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