COVID-19: após cortes dos EUA à OMS, Lavrov critica países que querem 'se promover' na crise

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, defendeu a Organização Mundial da Saúde contra as alegações de que a OMS seria a culpada pelo desenvolvimento e avanço da pandemia do novo coronavírus.
Sputnik

Durante uma conferência online com os alunos, Lavrov classificou as tentativas de culpar a OMS de "contraproducentes e injustas", acrescentando que ele acredita que a organização agiu "profissionalmente" em todas as etapas da crise.

Saudando os esforços de organizações internacionais, incluindo a ONU, Lavrov alertou os governos contra o uso de momentos de profunda crise como essa pandemia para promover seus próprios interesses.

O ministro russo sugeriu que agora não é o momento de "acertar as contas" porque essas ações prejudicam os mais vulneráveis.

"É paradoxal que os países que se consideram na vanguarda da proteção dos direitos humanos e da difusão de valores democráticos continuem usando instrumentos ilegítimos, como as chamadas sanções, adotadas ao contornar o [Conselho de Segurança da ONU], na tentativa de politizar a ajuda humanitária no contexto da essa pandemia […]", disse.

As declarações de Lavrov vêm depois do conflito dos EUA com a OMS após a decisão de Donald Trump de retirar o financiamento dos EUA da organização. Trump acusou a OMS de "administrar gravemente mal e encobrir a disseminação do coronavírus" e retirou fundos por tempo indeterminado.

A OMS respondeu a essas acusações dizendo que revisaria suas atuais capacidades de financiamento e trabalharia com parceiros para preencher as lacunas financeiras para garantir que o trabalho da agência continue ininterrupto.

"Por enquanto, nosso foco, meu foco, é parar o vírus e salvar vidas", explicou o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus. "A OMS está dando continuidade ao trabalho".
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