Por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), a Justiça de São Paulo recebeu um relatório médico de 18 de março no qual atesta que o presidente se encontra "assintomático" e testou negativo para a COVID-19, em exames realizados no mês passado.
Todavia, segundo o jornal, a AGU não entregou a cópia dos laudos dos exames, conforme havia sido solicitado no pedido judicial original da publicação, e que também foi exigida pela decisão da juíza Ana Lúcia Petri Betto.
A manifestação da AGU conta com dois exames, um realizado no dia 12 e outro no dia 17 de março, nos quais a Coordenação de Saúde da Presidência da República atesta que ele se encontrou assintomático e com resultados negativos.
Bolsonaro disse repetidamente que sempre testou negativo para o novo coronavírus, mesmo com mais de uma dezena de integrantes da sua comitiva que foi aos EUA em março terem testado positivo para a doença – incluindo alguns ministros e assessores próximos.
De acordo com o advogado do jornal, Estado Afranio Affonso Ferreira Neto, há uma clara "falta de transparência absoluta" e um "descumprimento da ordem judicial". Ainda segundo ele, o relatório apresentado pela AGU é insuficiente perante a decisão judicial.
Mais cedo nesta quinta-feira (30), Bolsonaro voltou a repetir que tem o direito de não tornar públicos os seus exames para COVID-19, alegando que se sentiria "violentado" caso fosse obrigado a isso.
Outras lideranças dentro e fora do Brasil, do presidente estadunidense Donald Trump ao governador paulista João Doria, testaram negativo para a COVID-19 e tornaram públicos os seus exames sem a necessidade de participação da Justiça.
Além da imprensa, a Câmara dos Deputados também quer saber os resultados completos dos exames de Bolsonaro, conforme definido na semana passada.