As imagens foram captadas pelo telescópio espacial Spitzer, da NASA, e os resultados da pesquisa foram publicados na revista Astronomy & Astrophysics.
A galáxia OJ 287, que se encontra a cerca de 3,5 bilhões de anos-luz da Terra, abriga dois buracos negros envolvidos em uma dança sem fim. O buraco negro supermassivo no centro da galáxia é aproximadamente 18 bilhões de vezes mais massivo que o Sol – um dos maiores buracos negros descobertos até agora. Seu companheiro de 'dança' é mais pequeno, é apenas 150 milhões de vezes maior que o Sol.
O telescópio se localiza no deserto de Atacama, no Chile, e com sua ajuda os cientistas conseguiram ver que o buraco negro maior está rodeado por um disco de gás. Além disso, é possível ver como outro buraco negro mais pequeno, que orbita o maior, chega a colidir com o disco criando um clarão tão reluzente que supera o brilho gerado por um trilhão de estrelas.
Devido a física complexa do sistema, a órbita do buraco negro menor é afetada, o que provoca uma série de erupções irregulares. Pesquisadores analisaram que o buraco negro colide com o disco de gás por várias ocasiões em cada órbita de 12 anos.
Um novo estudo demonstra que as previsões dos cientistas relativamente ao tempo das colisões seguintes com o disco estavam certas.
"Quando verifiquei pela primeira vez a visibilidade da OJ 287, fiquei chocado ao descobrir que ela se tornou visível para o [telescópio] Spitzer no dia exato em que estava prevista a ocorrência do próximo clarão", disse em comunicado Seppo Laine, cientista do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
"Nós tivemos muita sorte ao conseguir captar o auge deste clarão com o [telescópio] Spitzer, porque nenhum outro instrumento construído por humanos seria capaz de alcançar este feito naquele momento específico", afirmou Laine.