De acordo com as informações mais recentes do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), 11 médicos do Rio de Janeiro morreram por conta da COVID-19.
O subsecretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Jorge Darze, em entrevista à Sputnik Brasil, conta que chegou a ser contaminado pelo novo coronavírus, mas já está recuperado. De acordo com ele, por ter mais conhecimento a respeito da doença e suas possíveis complicações, a preocupação dos profissionais da saúde tende a ser maior do que a da população.
"Os profissionais da saúde são seres humanos e, como tal, sofrem das repercussões da doença como qualquer ser humano [...] todos os profissionais da saúde, mesmo tendo essa preocupação, eles não têm se negado a fazer o atendimento da população", declarou o médico, que também atua como diretor de Relações Institucionais da Federação Nacional dos Médicos.
"Durante o período que eu estava com o exame positivo, é claro que eu fiquei preocupado. Eu já tenho uma idade que é considerada uma idade que preocupa, são aqueles pacientes com maior risco. Felizmente não tenho nenhuma doença prévia, então minha evolução foi uma evolução branda, sem maiores problemas. Mas temos casos de médicos que evoluíram de forma mais grave, alguns lamentavelmente até perdendo a vida", acrescentou.
Equipamentos de proteção individual
O subsecretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro disse que as empresas que fazem os respiradores, monitores e tomógrafos "foram buscar na China uma situação que pudesse favorecer a redução das despesas, para que essas indústrias continuassem competitivas no mercado internacional".
"O problema é que essa pandemia começou pela China, e a China evidentemente tentando proteger a sua própria população, suspendendo as exportações durante algum tempo, o que prejudicou de maneira importante os demais países onde a pandemia também já havia chegado, e esses países tiveram uma enorme dificuldade para a compra desses insumos, principalmente esses equipamentos de proteção individual", explicou.
De acordo com Jorge Darze, a indústria brasileira é muito pequena para atender a demanda de todo o país.
"Esses equipamentos de proteção individual têm sido oferecidos aos profissionais da saúde. O que a gente não tem tido é a garantia de um abastecimento contínuo diante das necessidades. Às vezes, pode ocorrer transitoriamente, por um pequeno espaço de tempo, ter dificuldade da chegada desses equipamentos, o que pode fazer com que em alguns hospitais haja uma redação da oferta desses equipamentos de proteção individual", completou.
De acordo com uma pesquisa da Associação Paulista de Medicina (APM), citada pela Agência Brasil, 50% dos médicos que atuam no combate ao coronavírus em todo país enfrentam a falta de equipamentos de proteção individual no local de trabalho.