Ao deixar o cargo ministerial, Moro afirmou que o presidente da República tentou interferir nos trabalhos da PF e colocar um líder alinhado a ele politicamente no comando da instituição.
Bolsonaro, por sua vez, nega as acusações.
A decisão de Celso de Mello foi tomada no processo que corre no STF para investigar as denúncias de Moro. O prazo anterior, contudo, era de 60 dias. Segundo o G1, o pedido de redução do prazo foi apresentado por três congressistas: o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES).
Ainda de acordo com o G1, o prazo anterior não havia começado a contar porque a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve antes se pronunciar sobre um pedido de apreensão do celular da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).
O novo prazo de cinco dias só começará a ser contabilizado após a PGR se pronunciar sobre o pedido de apreensão contra Zambelli.
Em entrevista à revista Veja publicada também nesta quinta-feira (30), Moro afirma que pretende apresentar provas contra Bolsonaro.
"O presidente tem muito poder, tem prerrogativas importantes que têm de ser respeitadas, mas elas não podem ser exercidas, na minha avaliação, arbitrariamente. Não teria nenhum problema em substituir o diretor da PF Maurício Valeixo, desde que houvesse uma causa, uma insuficiência de desempenho, um erro grave por ele cometido ou por algum de seus subordinados. Isso faz parte da administração pública, mas, como não me foi apresentada nenhuma causa justificada, entendi que não poderia aceitar essa substituição e saí do governo. É uma questão de respeito à regra, respeito à lei, respeito à autonomia da instituição", afirmou Moro à publicação.