Partido alemão se opõe à presença 'nuclear' de armas dos EUA na Alemanha

A participação da Alemanha no compartilhamento nuclear da OTAN eleva o risco de erros de cálculo catastróficos, pois Berlim não tem influência real sobre as decisões da política externa de Washington.
Sputnik

Uma revisão sobre a postura nuclear do Pentágono, bem como o desenvolvimento e a implantação de armas nucleares táticas de baixo rendimento aponta que os EUA não têm mais uma postura puramente defensiva, segundo presidente do grupo parlamentar do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD, na sigla em alemão), Rolf Mutzenich.

"Alguém realmente acha que se Donald Trump estivesse planejando um ataque nuclear, ele seria detido pela Alemanha apenas porque estamos transportando algumas ogivas?", indagou Rolf Mutzenich.

Sua forte oposição à presença contínua de armas nucleares norte-americanas em solo alemão foi compartilhada pelos líderes do SPD, Norbert Walter-Borjans e Saskia Esken, que enfatizaram ser contra qualquer implantação, compartilhamento e utilização de armas nucleares.

Com isso, os principais aliados da coligação imediatamente acusaram o SPD de populismo, com o legislador Patrick Sensburg expressando preocupação com declarações como essa, que podem minar a solidariedade da OTAN e a confiança dos aliados na "capacidade da Alemanha de cumprir seu papel na questão da segurança transatlântica".

Partido alemão se opõe à presença 'nuclear' de armas dos EUA na Alemanha

"O SPD está totalmente tranquilo em relação à política de segurança [...], e as armas nucleares norte-americanas servem acima de tudo para nos proteger", afirma.

Por sua vez, a oposição acusou a coligação CDU/CSU-SPD de prejudicar a reputação da Alemanha em sua atual disputa, que segundo a porta-voz dos assuntos de defesa do Partido Democrático Liberal (FDP, na sigla em alemão), Marie-Agnes Strack-Zimmermann, envia o "sinal errado na hora errada".

"É ingênuo acreditar que a Alemanha teria a mesma influência na estratégia nuclear da OTAN se as armas nucleares dos EUA fossem retiradas", ressalta.

Atualmente, os EUA possuem aproximadamente 100 armas nucleares implantadas na Bélgica, nos Países Baixos, na Itália e na Alemanha.

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