Nesta sexta-feira (8), expira o prazo do convite aos credores que possuem US$ 67 bilhões (R$ 386 bilhões) em títulos da dívida, para aceitar a proposta de reestruturação do governo argentino.
Após a recusa na segunda-feira (4) dos três principais grupos detentores da dívida Argentina à proposta realizada pelo Ministério da Economia, o título da carteira, Martín Guzmán, solicitou a apresentação de uma contraproposta, que tenha em conta as condições que enfrenta o país sul-americano, agravadas pela pandemia do coronavírus.
Os credores devem informar nesta sexta-feira se decidem aceitar a oferta do ministro argentino, com uma redução da taxa de juros de 62% e adiamentos de vencimentos até 2023. O governo do país vizinho tem a possibilidade de estender o prazo ao menos até 22 de maio.
Neste dia vence o período de carência do qual a Argentina fez uso, quando não cumpriu o pagamento da dívida por US$ 500 milhões (R$ 2,87 bilhões), que deveriam ter sido pagos em 22 de abril pelos juros dos títulos chamados Globais 2021, 2026 e 2046.
Caso não consiga alcançar um acordo até esta data, ou não pagar este valor, a Argentina arrisca cair em "default", ou seja, interromper os pagamentos. Isto expõe a nação sul-americana a enfrentar litígios em tribunais internacionais, o que agravaria a situação.
Contudo, se a decisão tomada for de pagar este vencimento, as negociações se estenderiam até 28 de junho, quando se produzirá o próximo prazo para o pagamento dos juros.
A proposta do ministro Guzmán recebeu nesta quinta-feira (7) o apoio de mais de 130 economistas internacionais, entre eles se destacam os prêmios Nobel Joseph Stiglitz e Edmund Phelps, que pediram aos credores que aceitem a oferta.
Uma questão bilateral
A administração Fernández também conta com o respaldo do Fundo Monetário Internacional (FMI), cujo porta-voz, Guerra Ficar, afirmou estar "esperançoso" de que as partes alcancem um acordo, ainda que tenha salientado que a organização mantém distância, pois trata-se de "um assunto bilateral", segundo relatou a agência Télam.
Tanto o governo argentino como o FMI consideram que a dívida Argentina é "insustentável", motivo pelo qual pediram aos titulares que aceitem reabrir negociações.