Na semana passada, o governo venezuelano disse que frustrou uma tentativa armada de invasão via marítima procedente da costa da Colômbia.
"Não tenho nenhuma dúvida da responsabilidade de Iván Duque", afirmou Maduro neste sábado (9) durante um ato do governo transmitido pela televisão, segundo a agência AP.
No evento, o presidente venezuelano disse que deu instruções ao chanceler Jorge Arreaza para realizar os trâmites legais para acusar o governo da Colômbia ante o Tribunal Penal Internacional (TPI).
'Responsabilidade penal'
Maduro afirmou que tinha certeza da "responsabilidade penal" e "política" de Duque, por isso a Venezuela tinha a "necessidade de acusá-lo" na corte, como "complemento da acusação que estamos fazendo contra seus amos do norte [Estados Unidos]".
Em 3 de maio, autoridades venezuelanas anunciaram que impediram uma incursão armada no estado de La Guaira. Segundo o governo da Venezuela, na ação teriam morrido pelo menos oitos mercenários e dezenas foram presos, entre eles dois estadunidenses, Luke Denman e Airan Berry.
Os dois estariam vinculados ao ex-militar norte-americano Jordan Goudreau, diretor da empresa de segurança privada SilverCorp, que admitiu ter coordenado a operação, batizada de Gideon, contra o governo chavista. Além disso, ele contou que o líder opositor Juan Guaidó saberia do plano.
Venezuela encontra lanchas da Marinha colombiana
De acordo com o governo da Venezuela, dezenas de mercenários foram treinados na cidade de Riohacha, na Colômbia, com ajuda do Exército do país. O objetivo era invadir a Venezuela e tomar o aeroporto Simón Bolívar, nas imediações de Caracas, e matar Maduro.
Na madrugada de sábado, membros da Guarda Nacional Bolivariana, das Forças Armadas da Venezuela, anunciaram que apreenderam no rio Orinoco, no estado de Bolívar, três lanchas de combate identificadas com o emblema da Marinha colombiana.
De acordo com as Forças Armadas venezuelanas, as embarcações estavam equipadas com metralhadoras e munição. A Marinha colombiana, por sua vez, disse que as lanchas foram arrastadas pela correnteza até o território venezuelano.
O governo da Colômbia, que não reconhece Maduro como presidente venezuelano, nega envolvimento na tentativa de invasão.