A Câmara dos Representantes e o Senado dos EUA poderão votar um projeto de lei que aplicaria ao país asiático sanções caso este não cumpra exigências de revelar informações sobre a COVID-19 por parte dos norte-americanos.
"Sem necessidade de autorização, o presidente poderia impor uma série de sanções como congelamento de bens, proibição de viagens, revogação de vistos, restringindo as instituições financeiras dos Estados Unidos de conceder empréstimos ou subscrever garantias a empresas chinesas, e proibindo empresas chinesas de serem cotadas nas bolsas de valores americanas", comunicaram na terça-feira (13) os senadores republicanos Lindsey Graham, Thom Tillis, Cindy Hyde-Smith, Mike Braun, Rick Scott, Steve Daines, Todd Young, Jim Inhofe e Roger Wicker.
Os senadores acrescentaram que a medida exige que o presidente dos EUA dê garantias ao Congresso no prazo de 60 dias de que a China compartilhou informação e dados completos em caso de qualquer investigação relacionada à COVID-19 liderada pelos Estados Unidos, seus aliados ou agências da ONU, incluindo a Organização Mundial da Saúde.
A Casa Branca também deve notificar os legisladores americanos se a China "fechar os mercados de animais vivos em funcionamento que possam representar riscos para os humanos e liberar todos os defensores da democracia de Hong Kong que foram presos na repressão pós-COVID-19", disse a declaração.
O senador Graham pediu para pressionar a China relativamente à sua narrativa sobre a COVID-19 e responsabilizá-la.
"Devemos determinar como o vírus surgiu e tomar medidas como fechar os mercados de animais vivos, para garantir que isso não volte a acontecer", acrescentou Graham.
Reação da China
A China expressou pouco depois seu protesto contra a iniciativa de Washington.
"O projeto de lei apresentado por alguns senadores dos EUA desconsidera completamente os fatos, eles querem iniciar uma investigação com uma presunção de culpa para imputar à China a sua responsabilidade pelo fracasso no combate à epidemia. Isso é impossível. Expressamos nosso forte protesto", disse Zhao Lijian, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em um briefing.
Alguns membros da administração Trump, incluindo o próprio presidente, e vários meios de comunicação dos EUA têm colocado repetidamente a culpa na China em meio à pandemia do coronavírus, criticando o país pelo que consideram ser seu fraco desempenho durante a crise, ao mesmo tempo que o acusam de ocultação de dados e até mesmo da criação do vírus.
A China tem denunciado as acusações, exortando os políticos dos EUA a não politizarem a pandemia mortal.
Até terça-feira (13), a Universidade Johns Hopkins (EUA) registrou mais de 4,2 milhões de casos de COVID-19 e cerca de 292.000 mortes em todo o mundo.