O maior espécime descoberto, conforme estimativas, possuía aproximadamente um metro de comprimento. Este animal marinho, chamado de "experimento evolucionário falho", surgiu após o desaparecimento dos grandes predadores há 66 milhões de anos, revela a publicação Newsweek.
As atuais anchovas são criaturas pequenas, que se alimentam com plâncton, com dentes pequenos ou sem dentes. Mas, há muitos milhões de anos, os seus ancestrais eram muito maiores.
A extinção em massa do fim do período Cretáceo levou consigo 75% de todas as espécies do planeta. A perda de grandes predadores deixou lacunas no ecossistema, que seriam ocupados por novas espécies.
Acredita-se que a espécie de peixe recentemente descoberta fosse uma delas, que se aproveitou dessas lacunas para se diversificar e evoluir em novas adaptações, comentou por e-mail à Newsweek Alessio Capobianco, da Universidade do Michigan (EUA).
Capobianco é o autor principal de um estudo descrevendo esta espécie de peixe. O mais antigo fóssil de anchova com dentes-de-sabre conta com 54 milhões de anos, enquanto o último encontrado por sua equipe possui 46 milhões de anos, indicando que estes peixes existiram por ao menos nove milhões de anos. As descobertas da equipe foram publicadas na Royal Society Open Science.
A enorme anchova se caracteriza por uma sequência de dentes afiados na mandíbula inferior, enquanto a parte superior conta com um único enorme dente. Capobianco afirma que mandíbulas como estas são "completamente únicas e sem precedentes em outros peixes".
O estudo identificou duas espécies. A maior, Monosmilus chureloides, poderia alcançar um metro de comprimento e seu dente superior media 30 centímetros.
"O porquê desta espécie ter desaparecido permanece desconhecido. Uma teoria seria que a competição com outros peixes predadores levou a espécie à extinção. A mudança do clima, aproximadamente há 40 milhões de anos, também pode ter influenciado, porém, sabemos muito pouco sobre estes peixes para dizermos algo", comentou Capobianco.