Teich pediu demissão do cargo na manhã desta sexta-feira (15). Durante a coletiva, o ex-ministro elencou feitos de seu trabalho durante o período de quase um mês no qual esteve à frente do Ministério da Saúde e afirmou:
"A vida é feita de escolhas e hoje escolhi sair", disse.
Sem explicar as razões que o fizeram deixar o cargo, o ex-ministro agradeceu o convite do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, para liderar o Ministério e reforçou que teve a carreira marcada pelo trabalho junto ao serviço público. Teich afirmou ainda que deixa um programa de testagem de casos de COVID-19 pronto para ser implementado pela próxima gestão do Ministério.
"Eu não aceitei o convite pelo cargo, eu aceitei porque achei que poderia ajudar o Brasil e as pessoas", afirmou.
O agora ex-ministro passou por constrangimentos e divergências recentes com o presidente brasileiro, envolvendo um decreto presidencial autorizando mais atividades essenciais - sobre o qual o ministro descobriu através da imprensa durante uma coletiva - e em relação ao uso da cloroquina como medicamento no tratamento da COVID-19.
Bolsonaro defende o uso do medicamento, enquanto Teich já sustentou que a cloroquina não tem eficácia comprovada.
Teich assumiu o Ministério da Saúde no dia 16 de abril, logo após a demissão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que teve conflitos públicos com Bolsonaro acerca de medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) criticadas pelo presidente, como o isolamento social.
Ainda não há substituto para Teich na liderança do Ministério da Saúde. Por ora, o general Eduardo Pazuello assume o cargo de forma interina. O general atuava desde 22 de abril no Ministério como secretário-executivo da Saúde, após indicação de Bolsonaro.