A denúncia foi apresentada a um centro da OCDE na Holanda, o NCP (Dutch National Contact Point), responsável por observar as diretrizes da organização para empresas multinacionais.
"Os trabalhadores do McDonald's tocaram o alarme sobre assédio sexual e violência de gênero há anos, mas uma empresa com uma cultura apodrecida desde o topo falhou em tomar medidas significativas para resolver o problema", disse Sue Longley, secretária geral da União Internacional dos Trabalhadores na Alimentação, em um comunicado, citado pela agência AFP.
O documento cita testemunhos de "tentativa de estupro, exposição indecente e ofertas sexuais".
A denúncia aponta que as vítimas, algumas com menos de 16 anos, "disseram que foram ignoradas, ridicularizadas ou punidas quando fizeram denúncias. Algumas tiveram suas horas reduzidas e outras foram demitidas".
A coalização de sindicatos cita casos de "toques, beijos forçados e outras formas de contato corporal indesejado" em ramos da cadeia alimentar em vários países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Brasil, Chile, Colômbia e França.
A OCDE agora tem três meses para decidir se irá acatar a denúncia.
O texto é assinado pela União Internacional de Trabalhadores da Alimentação (International Union of Foodworkers), a Federação Europeia de Sindicatos da Alimentação, Agricultura e Turismo (European Federation of Food, Agriculture and Tourism Trade Unions), a central sindical brasileira União Geral dos Trabalhadores (UGT) e o Sindicato Internacional de Trabalhadores em Serviços (SEIU).
O McDonald's disse em comunicado que analisaria a denúncia quando a receber, enfatizando que a empresa é uma companhia que coloca as "pessoas em primeiro lugar".
"Há uma conversa profunda e importante sobre locais de trabalho seguros e respeitosos nos EUA e no mundo", afirmou a empresa.
"Em todo o mundo, acreditamos que o McDonald's e seus parceiros de negócios têm a responsabilidade de agir sobre esse assunto e estão comprometidos em promover mudanças positivas", acrescentou a companhia.