O presidente Jair Bolsonaro, defensor da utilização da substância, que não tem eficácia comprovada por meio de estudos, anunciou mais cedo pelo Twitter que o medicamento seria liberado.
A cloroquina já era usada no Sistema Único de Saúde (SUS), mas apenas nos casos mais graves. A mudança no protocolo era um pedido de Bolsonaro, o que inclusive foi um dos motivos que levou à saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde, pois o médico resistia a liberar a substância, assim como o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
A Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda o uso da cloroquina, da mesma maneira que o Conselho Federal de Medicina, que embora tenha dito que não existem pequisas comprovando a eficácia da substância, liberou sua utilização.
Paciente deve assinar termo de consentimento
De acordo com o novo protocolo, que serve como orientação para a rede pública, o paciente deve autorizar o uso da cloroquina mediante a assinatura de um termo de consentimento. O documento afirma que "não existe garantia de resultados positivos" e que "não há estudos demonstrando benefícios clínicos" da cloroquina.
Além disso, o termo diz que o medicamento pode causar efeitos colaterais como "disfunção grave de órgãos", "prolongamento da internação", "incapacidade temporária ou permanente" e "até o óbito".
A hidroxicloroquina tem as mesmas propriedades da cloroquina, mas possui toxicidade menor e menos efeitos colaterais. Os medicamentos são conhecidos há algum tempo e usados no tratamento de malária e doenças reumáticas.