O Pentágono pediu ao Congresso dos EUA US$ 17,7 bilhões (R$ 102,8 bilhões) para construir dois dos mais recentes submarinos nucleares de classe Columbia de uma só vez. O navio líder terá assentamento da quilha no próximo ano e deverá fazer sua primeira patrulha de combate até 2031. É planejado que os Columbia se tornem a espinha dorsal da força de dissuasão nuclear norte-americana.
O Comando da Marinha dos Estados Unidos espera receber 12 dos novos submarinos estratégicos para substituir sua frota envelhecida de 14 submarinos da classe Ohio, gastando cerca de US$ 128 bilhões (R$ 715,2 bilhões), com os contribuintes norte-americanos gastando US$ 14 bilhões (R$ 78,1 bilhões) só no navio almirante.
O Columbia é um dos navios de guerra mais caros da história. Em comparação, um submarino da classe Ohio custa cerca de US$ 3 bilhões (R$ 16,7 bilhões).
O tamanho do novo submarino é quase o mesmo, tem um comprimento de 170 metros e 13 metros de boca. O deslocamento submerso do submarino também é comparável, cerca de 20 mil toneladas. É aqui que terminam as semelhanças. De acordo com representantes da Marinha dos EUA, o Columbia ultrapassará o Ohio em capacidades de combate em muitas vezes.
Mesmo com 16 mísseis, em vez dos 24 dos Ohio, os Columbia superarão seus navios antecedentes, pois serão equipados com mísseis Trident II da versão D5, cada um podendo portar ogivas muito potentes, explica o especialista militar Aleksei Leonkov.
Seu reator nuclear não requer "reabastecimento" durante toda sua vida útil que, por sinal, é de 42 anos. Outra inovação importante é o motor principal totalmente elétrico, alimentado diretamente pelo gerador nuclear. Assim, as turbinas de vapor serão removidas do projeto. Graças a isso, o ruído do submarino será significativamente reduzido, tornando-o um dos mais furtivos do mundo.
Por fim, o Columbia terá um sistema de controle de plataforma livre, que combinará o sonar, meios de vigilância óptica, armas e comunicações, o que permitirá automatizar ao máximo o navio e assim reduzir o número de tripulantes, podendo levar apenas 157 pessoas.
Força igual
No entanto, a Rússia se prepara para adotar o submarino nuclear Borei-A, que não é de forma alguma inferior à embarcação dos EUA. Nesta primavera, o primeiro navio completou o programa de testes estatais e em junho irá hastear a bandeira da Frota do Norte.
O Borei-A tem instalados sistemas avançados de controle, comunicações e hidroacústica e foram melhoradas as condições de vida e trabalho da tripulação.
O navio só necessita 107 tripulantes, menos um terço do Columbia norte-americano. Apesar disso, os submarinos são quase idênticos em tamanho e tonelagem. Ambos portam 16 mísseis balísticos.
Embora o míssil Trident II D5 do Columbia tenha maior alcance e precisão, um R-30 russo é capaz de lançar sobre o inimigo uma carga muito mais mortífera, tendo seis ogivas de 150 quilotons de potência cada uma.
"As características hidroacústicas foram melhoradas [em comparação com o modelo anterior do navio]", diz Leonkov. "O projeto incorporou o mais recente know-how russo de redução da visibilidade. Além disso, os mísseis balísticos são lançados utilizando a chamada tecnologia de lançamento a seco, o que torna possível disparar sem se revelar."
"Uma salva dos Borei será sempre uma completa surpresa para o inimigo", afirma.
De acordo com estimativas de especialistas, é nos submarinos porta-mísseis da classe Borei-A que o potencial dos submarinos nucleares de quarta geração é plenamente realizado. Ao mesmo tempo, a Rússia está desenvolvendo submarinos de quinta geração. Esses submarinos, também movidos a energia nuclear, serão usados para rastrear os Columbia dos EUA nas profundezas do oceano mundial nos anos 2030.