"Nunca interferi nos trabalhos da Polícia Federal. São levianas todas as afirmações em sentido contrário. Os depoimentos de inúmeros delegados federais ouvidos confirmam que nunca solicitei informações a qualquer um deles", disse Bolsonaro por meio de nota. "Espero responsabilidade e serenidade no trato do assunto. Por questão de justiça, acredito no arquivamento natural do inquérito que motivou a divulgação do vídeo", acrescentou, se referindo às imagens de uma reunião ministerial que estão sendo apontadas como evidências na investigação.
Bolsonaro foi acusado pelo ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) de tentar interferir em atividades da PF através da substituição de autoridades do mais alto escalão da instituição, com o possível objetivo de proteger familiares e amigos. Após essa denúncia, feita por Moro antes de deixar o ministério em 24 de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou um pedido da Procuradoria-Geral da República de abertura de inquérito para apurar o caso.
Mais cedo, nesta segunda-feira (25), contrariando protocolos, o presidente decidiu fazer uma pequena visita ao procurador-geral, Augusto Aras, responsável por decidir se denuncia ou não o chefe de Estado à Justiça no caso da interferência na PF. Segundo informações do G1, a situação ocorreu quando Bolsonaro assistia, por videoconferência, à posse do procurador Carlos Vilhena como chefe da Procuradoria do Cidadão e decidiu ir cumprimentá-lo pessoalmente na PGR, aproveitando para encontrar também Augusto Aras.