'Viga em seu próprio olho': diplomata russo lembra as vezes que EUA já tentaram 'mudanças de regime'

Acusações de "interferência russa" continuam sendo lançadas hoje. Entretanto, comentadores lembram a história do intervencionismo praticado pelos próprios EUA.
Sputnik

Em meio a acusações de que a Rússia interferiu nas eleições norte-americanas, Mikhail Ulyanov, representante da Rússia perante organizações internacionais em Viena, Áustria, lembrou quantas operações os próprios EUA realizaram para mudar o governo em outros países.

"Nos Estados Unidos estão quase obcecados com a 'interferência da Rússia nas eleições americanas'", diz. "Enquanto isso, os próprios especialistas ocidentais estimam que, só durante a época da Guerra Fria, os EUA realizaram 64 operações secretas e 6 abertas para mudar regimes indesejáveis. De fato, 'não se dão conta da viga que está em seu próprio olho?'"

O diplomata se refere à publicação de Richard Hanania, pesquisador da Universidade de Columbia, EUA, que cita o livro "Mudança de Regime Encoberta: Guerra Fria Secreta dos EUA".

Os EUA se envolveram em 64 tentativas ocultas e 6 tentativas abertas de mudança de regime durante a Guerra Fria, mais de uma e meia por ano. Os alvos eram "adversários e aliados, poderosos e fracos, democráticos e autoritários".

Em 7 de maio, o Congresso dos Estados Unidos informou que estava pronto para liberar pelo menos 53 transcrições que supostamente provam a interferência russa nas eleições presidenciais do país.

Agências de inteligência dos EUA acusam a Rússia de ter interferido no processo eleitoral nos EUA em 2016. O procurador especial norte-americano Robert Mueller investigou essas supostas tentativas de influência durante quase dois anos. Em particular, ele investigou o suposto conluio entre as autoridades russas e o homem que viria a ser presidente, Donald Trump.

No final, Mueller admitiu que não houve conspiração. Trump repetidamente descartou suspeitas de qualquer contato impróprio com autoridades russas durante a campanha eleitoral. Moscou também negou repetidamente qualquer acusação de tentativa de influenciar as eleições nos Estados Unidos.

As eleições presidenciais dos EUA estão agendadas para 3 de novembro. Na luta pela Presidência deverão se enfrentar Donald Trump pelos Republicanos e Joe Biden pelos Democratas.

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