Chanceler argentino rejeita bloqueios e sanções contra Venezuela

Felipe Solá, ministro das Relações Exteriores da Argentina, apelou em uma conferência para apoiar imigrantes e refugiados venezuelanos, ressaltando que a Argentina é "um país povoado por imigrantes".
Sputnik

O ministro argentino das Relações Exteriores, Felipe Solá, excluiu, durante uma teleconferência internacional sobre a situação dos refugiados e imigrantes, que as sanções contra a Venezuela possam ter um impacto positivo no país.

Os bloqueios e sanções "causam muitos problemas para o povo venezuelano e por isso somos contra eles", disse na terça-feira (26) o ministro durante a Conferência Internacional de Doadores, em solidariedade aos refugiados e imigrantes venezuelanos, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Argentina.

Durante seu discurso, Solá pediu que a Constituição da Venezuela seja "respeitada" e que quaisquer mudanças venham de dentro e não de fora.

Nesse sentido, o ministro destacou as contribuições do Grupo de Contato Internacional, promovido pela União Europeia com o apoio da Argentina, em detrimento do Grupo de Lima, que tem mantido uma atitude mais desafiadora em relação ao governo de Nicolás Maduro.

Chanceler argentino rejeita bloqueios e sanções contra Venezuela

Por isso, Solá destacou como critério a "sensibilidade e a busca de soluções concretas" para os imigrantes venezuelanos, ressaltando que os cidadãos daquela nação que se estabeleceram em seu país recebem o mesmo tratamento que "qualquer argentino".

"Somos um país povoado por imigrantes", disse o ministro durante a conferência, apoiada pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O ministro argentino disse ainda que "em nosso país, a lei coloca os imigrantes em pé de igualdade com qualquer cidadão argentino e lhes garante acesso à saúde pública, à educação pública e a todos os programas da pandemia".

Outros participantes

Além disso, na conferência falaram os presidentes da Colômbia, Iván Duque, do Equador, Lenín Moreno, e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luís Almagro.

O evento contou ainda com a participação do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, da ministra espanhola das Relações Exteriores, União Europeia e Cooperação, Arancha González Laya, do alto representante e vice-presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, e do alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi.

Também participaram da conferência os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, do Panamá, Alejandro Ferrer; Equador, José Valencia; Costa Rica, Rodolfo Solano Quirós; Uruguai, Ernesto Talvi; Paraguai, Antonio Rivas Palacios; Alemanha, Heiko Maas; Grécia, Nikos Dendias; e Noruega, Marianne Hagen.

Quando tomou posse em dezembro de 2019, o governo argentino de Alberto Fernández mudou a posição que o país mantinha em relação à Venezuela, se distanciando do Grupo de Lima apoiado pelo seu antecessor, Mauricio Macri (2015-2019).

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