Os asteroides são pequenos corpos rochosos que possuem órbita definida ao redor do Sol. Fazem parte dos corpos menores do Sistema Solar, possuindo, geralmente, apenas algumas centenas de quilômetros.
Os asteroides extremamente perigosos são raros. Contudo, alguns deles que colidem com a Terra a cada 1.000 - 10.000 anos têm o potencial de causar autênticas catástrofes.
Por isso, há muito tempo que na agenda da ciência consta uma forma de evitar que os asteroides atinjam a Terra.
Segundo informou em 29 de maio o jornal de Hong Kong em inglês South China Morning Post, pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências recorreram a uma simulação em computador para testar uma nova teoria.
A teoria consiste em enviar uma nave não tripulada para o espaço para desviar um asteroide, colidindo com ele em alta velocidade.
Crescendo pelo caminho
Para imprimir força suficiente e lograr o desvio da trajetória do asteroide, a nave espacial deveria ter uma certa massa.
Uma maneira de a nave lograr a massa necessária consistia em ir "coletando" pelo caminho rochas de asteroides que voam próximo da Terra.
A simulação em computador incluiu uma nave espacial imaginária de oito toneladas chamada EKI. Na simulação, ela seria lançada ao espaço em 7 de outubro de 2021, por um foguete lançador Longa Marcha 5.
Os pesquisadores conseguiram simular a EKI colidindo com um asteroide próximo à Terra, o Apophis, a uma velocidade de mais de 42 mil quilômetros por hora, fazendo com que a trajetória do asteroide fosse desviada para longe da Terra.
Impacto fatal
A colisão foi tão poderosa que fez com que Apophis se afastasse mais de 1.800 quilômetros de seu curso, na simulação efetuada.
Segundo Li Mingtao, autor principal do estudo, a equipe queria encontrar uma alternativa para as "controversas explosões nucleares", que foram propostas pela NASA como método para desviar asteroides perigosos para longe da Terra, afirmou, citado pelo jornal.
Um outro cientista baseado em Pequim, mas que não esteve envolvido no estudo e falou na condição de anonimato, chamou o método utilizado de "estratégia inteligente de virar um asteroide contra outro", informou o South China Morning Post.
Usando a analogia do boxe, acrescentou: "Trata-se mais de aprisionar e desviar o ataque do que de dar socos", acrescentou.
O referido cientista também destacou que, embora a estratégia funcione bem em teoria, a tecnologia necessária para que aeronaves não tripuladas acumulem massa, coletando rochas de até dez metros de diâmetro dos asteroides que passam, ainda não foi testada.
Já o professor Wu Yunzhao, pesquisador do laboratório de ciências planetárias do Observatório da Montanha Púrpura em Nanjing, China, chama a atenção para o fato de o desvio de asteroides requerer cooperação internacional e, muito provavelmente, não poder ser alcançado apenas pela China.
"A ameaça de um impacto de asteroides é real e grave, e impedi-lo requer planejamento e preparação a longo prazo", afirmou Wu ao jornal, bem como "cooperação global, porque nenhum país tem a capacidade e os recursos para fazer isso sozinho".