De acordo com artigo publicado na revista norte-americana, a saída norte-americana do Tratado de Céus Abertos continuaria o processo de destruição do regime de controle de armas entre os Estados Unidos e a antiga URSS, que estava em vigor há décadas.
"A administração Trump tomou várias decisões que aproximam os Estados Unidos e o mundo da situação quase tão perigosa quanto a Crise dos Mísseis de 1962", lê-se na publicação.
O presidente dos EUA, Donald Trump, acelerou a destruição do acordo retirando-se unilateralmente do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês) e recusando-se a aceitar a proposta do presidente russo, Vladimir Putin, de prorrogar o novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START III) por mais cinco anos, que expira em fevereiro de 2021, garante o artigo.
Novo acordo trilateral?
A administração Trump, segundo a revista, agravou a situação ao considerar, pela primeira vez desde 1992, a possibilidade de retomar testes nucleares nos EUA, a fim de exercer pressão sobre a Rússia e a China e forçá-las a concluir um novo acordo trilateral estratégico sobre armas nucleares. Essa medida condenaria o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês) ao colapso e provocaria provavelmente uma nova corrida armamentista.
Anteriormente, uma edição do Die Welt observou que Washington perderia com a ruptura do Tratado de Céus Abertos, mas quase nada mudaria para Moscou.
O jornal alemão cita duas desvantagens significativas para os EUA ao se retirarem do acordo: perda da capacidade militar de sobrevoar o território russo e impossibilidade de publicação e debate por canais diplomáticos de dados de satélite.
Trump anunciou anteriormente que Washington se retiraria do tratado e estaria fora do acordo até que Moscou "cumprisse suas obrigações". A Rússia negou repetidamente as alegações americanas de violação do tratado.
O Tratado de Céus Abertos foi assinado em 1992 e se tornou uma das medidas de fortalecimento da confiança na Europa após a Guerra Fria. Está em vigor desde 2002 e permite que os 34 países-membros coletem abertamente informações sobre as forças e atividades armadas um do outro.