Pesquisadores batem recorde encontrando lula 7.000 metros abaixo da superfície do mar

Cientistas encontraram dois polvos-dumbo, um a 5.760 metros e outro sete mil metros abaixo da superfície do mar, batendo o anterior recorde de 5.145 metros de profundidade dos animais marinhos.
Sputnik

Quando se pensa na vida abissal, a primeira coisa que vem à mente são dentes afiados e criaturas aterrorizantes. Mas um estudo recém-publicado no portal Springer Link mostrou que mesmo a uma profundidade de sete mil metros é possível encontrar uma espécie potencialmente nova de polvo-dumbo, uma lula de aspecto encantador.

Conhecido no jargão científico como Grimpoteuthis, este simpático animal também é popularmente chamado de polvo-dumbo, por causa das barbatanas em forma de orelha que usa para nadar, lembrando o famoso elefante de Walt Disney.

O estudo da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, sugere que uma espécie completamente nova deste animal poderia ter sido encontrada dada a profundidade em que foi encontrada, a cerca de sete mil metros.

Biólogos marinhos encontraram o animal no oceano Índico em abril de 2019 graças a câmeras especiais e sensores de temperatura e profundidade que colocaram na fossa de Java, nas profundezas do mar da Indonésia. As câmeras capturaram dois polvos em locais diferentes: um a 5.760 metros, o outro a 7.176 metros, naquela que é a observação mais profunda de um cefalópode vivo.

Anteriormente, a lula Grimpoteuthis, o mais profundo avistado, estava a 5.145 metros da superfície e foi encontrado durante uma expedição realizada há 50 anos na costa de Barbados.

Agora, dada a grande profundidade em que foi feita a última descoberta, o pesquisador que lidera o estudo, Alan Jamieson, aposta na ideia de que esta lula representa uma nova espécie de polvo-dumbo. Isso ainda não foi confirmado, pois é impossível garanti-lo antes de o espécime ser obtido e trazido para terra para análise profunda, o que não é tarefa fácil.

"Você pode vê-los e trazê-los para cima mortos. Você não pode estar junto dele sem que um dos dois morra", disse Jamieson ao portal Gizmodo.

O especialista explica que é difícil saber quão resistentes estas criaturas do mar profundo são às pressões que seus ecossistemas enfrentam devido às mudanças climáticas, mas adverte que os polvos-dumbo podem estar tendo sérias dificuldades para sobreviver neste ambiente.

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