Nos últimos dias, o país sul-americano recebeu cinco petroleiros com combustível e equipamento para as refinarias de petróleo venezuelanas, tendo as embarcações sido escoltadas por militares da Venezuela assim que entraram na Zona Econômica Exclusiva do país.
Em entrevista à Sputnik, o especialista iraniano em assuntos internacionais Bahram Amirahmadian explicou por que os EUA não impediram os navios de alcançarem o país latino-americano e afirmou que os petroleiros podem se deparar com problemas no regresso.
De acordo com Amirahmadian, o envio das embarcações para a Venezuela é uma operação comercial entre os dois países para a qual foi necessário recorrer ao uso de águas internacionais.
"Nenhum país ou potência pode impedir a navegação em águas internacionais a menos que existam sanções por parte das Nações Unidas (ONU) que tenham a ver, por exemplo, com o fornecimento de armas a um país sujeito a sanções ou outros tipos de restrições semelhantes", disse especialista.
A realização da atividade comercial também foi possível porque ambas as partes não recorreram a pagamentos em dólares estadunidenses por via de transações bancárias que pudessem ser detectadas e impedidas por Washington, sendo que tanto o Irã como a Venezuela estão sob sanções norte-americanas.
"Sem recorrer ao sistema bancário, a Venezuela foi capaz de realizar operações comerciais em dinheiro vivo ou por compensação bancária (clearing). Foi precisamente por essa razão que os EUA não conseguiram fazer nada que impedisse o intercâmbio", acrescentou Amirahmadian.
Contudo, ele não descartou a possibilidade de os petroleiros iranianos poderem se deparar com problemas, mas isso só em caso de os navios atracarem em portos dos aliados americanos.
"Esta é uma possibilidade, se os navios-tanque tiverem de ser reabastecidos em portos de aliados dos EUA, as embarcações podem ser temporariamente detidas, pode ser negado o reabastecimento, dificultando assim [a sua viagem de regresso]", salientou especialista.
Ontem, (1º de junho) chegou à Venezuela o último dos cinco petroleiros do Irã com gasolina, completando o acordo assinado entre os dois países para aliviar a falta de combustível de Caracas.