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Com Bolsonaro no poder, Parlamento holandês rejeita acordo entre UE e Mercosul

Parlamentares holandeses aprovaram na noite desta quarta-feira (3) uma moção contrária à ratificação do acordo comercial firmado entre a União Europeia (UE) e o Mercosul em 2019, em um movimento motivado pelo desmatamento da Amazônia na era Jair Bolsonaro.
Sputnik

A moção foi apresentada pelos ecologistas do Partido dos Animais, solicitando que o governo holandês não acate o tratado em todas as instâncias europeias. O principal argumento diz respeito ao temor de que o desmatamento da Amazônia, já em ascensão, cresça com o acordo.

A decisão legislativa surpreendeu Amsterdã, que ainda não definiu o que será feito. Em virtude da pandemia do novo coronavírus, é pouco provável que o tema seja apreciado em 2020. O país terá eleições em março de 2021, o que sugere que o tema só deva ser debatido após o pleito.

"Pela primeira vez, a Câmara dos Deputados tomou uma posição clara contra o acordo comercial, ao qual nosso governo era favorável. É verdadeiramente uma grande vitória para a Amazônia e para a agricultura regional sustentável", afirmou a líder da bancada do Partido pelos Animais, Esther Ouwehand, ao jornal francês Les Echos.
Com Bolsonaro no poder, Parlamento holandês rejeita acordo entre UE e Mercosul

Na mesma publicação, analistas lembraram que a decisão teve influência não só do desmatamento da Amazônia na gestão do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, mas também do lobby agrícola europeu, que é contrário à entrada de produtos dos países do Mercosul.

A Holanda não é o primeiro país europeu a demonstrar algum nível de veto ao acordo entre UE e Mercosul, fechado no ano passado após mais de uma década de idas e vindas. A França, a Áustria, a Bélgica e setores políticos da Alemanha se colocaram contrários ao tratado. Em comum, as menções ao desmatamento e o desrespeito de Bolsonaro pela pauta ambiental.

Em dezembro, os líderes do Mercosul se reuniram em Bento Gonçalves (RS) para cúpula do bloco sul-americano, e indicaram a pressa para a aprovação do acordo de livre comércio. A meta, porém, tende a ser frustrada por parte dos países europeus. Todos os 27 membros da UE têm de aprovar o tratado, tanto no Parlamento Europeu quanto nos seus legislativos nacionais.

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