Os manifestantes se reuniram em frente à embaixada dos EUA em uma demonstração de solidariedade aos protestos contra o assassinato do norte-americano George Floyd, um homem negro que morreu sob custódia policial em 25 de maio deste ano.
A manifestação em Madrid marchou da embaixada norte-americana em direção à praça mais popular de Madrid, a Puerta del Sol. No auge do protesto, dezenas de milhares lotaram a praça, apesar das autoridades da cidade proibirem reuniões de mais de 200 pessoas para limitar a propagação do novo coronavírus. Além de imigrantes africanos e afrodescendentes, houve a presença de espanhóis e expatriados dos EUA que também se juntaram ao protesto.
Os manifestantes gritavam "sem justiça, sem paz", "vidas negras importam" e "ninguém está acima da lei" em espanhol e em inglês. Entre as faixas havia mensagens como "o racismo também é uma pandemia", "nem mais nem menos do que direitos iguais" e "Donald Trump [presidente dos EUA] é um criminoso". Além de Madrid, as manifestações foram convocadas para as cidades de Barcelona, Bilbao, Zaragoza, Granollers, Lleida, Málaga e outras cidades espanholas.
A manifestação foi organizada pela Comunidade Negra, Africana e Afrodescendente da Espanha (CNAAE), uma organização sem fins lucrativos criada recentemente, que afirmou em um comunicado que o racismo contra os negros era um fenômeno global que não se limitava aos EUA. Em seu comunicado, a organização acusou a polícia espanhola de traçar um perfil racial em sua atuação, apontando a estimativa de que os negros tenham 42 vezes mais chances de serem detidos e revistados do que outras etnias.
Enquanto nos EUA as manifestações contra o racismo e violência policial, deflagradas após o assassinato de George Floyd, continuam crescendo, diversas capitais europeias têm registrado manifestações antirracistas. Além de Madrid, Lisboa, Paris, Berlim e Londres também tiveram manifestações semelhantes ao longo da semana.