Coreia do Norte pretende cortar comunicações com Seul, diz agência sul-coreana

A Agência de Notícias Yonhap, da Coreia do Sul, afirmou nesta segunda-feira (8) que a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) pretende cortar todas as comunicações inter-coreanas.
Sputnik

Segundo publicou a Yonhap, as linhas de comunicação serão cortadas a partir do meio-dia da terça-feira (9). A informação da Yonhap é baseada em uma publicação da Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA).

"Chegamos à conclusão de que não há necessidade de nos sentarmos frente a frente com as autoridades sul-coreanas e que não há questões a serem discutidas com eles, pois eles apenas despertaram nosso desânimo", diz a declaração creditada às autoridades norte-coreanas.

Segundo aponta a Yonhap, a declaração observa que Kim Yo-jong, irmã mais nova de Kim Jong-un, que agora lidera as relações com o Sul, quer que as relações com o sul assumam uma perspectiva de tratamento com um inimigo. Kim Yo-jong e outros líderes da RPDC teriam dado instruções para cortar completamente todos os laços de comunicação e ligação entre o norte e o sul. A declaração aponta que tal movimento representaria livrar-se de "coisas desnecessárias".

Coreia do Norte pretende cortar comunicações com Seul, diz agência sul-coreana

A notícia chega em meio a uma situação contenciosa na Zona Desmilitarizada que separa as duas Coreias, onde desertores norte-coreanos têm espalhado panfletos de propaganda. Em meio à hesitação de Seul sobre a questão, Pyongyang comprometeu-se a fechar o escritório conjunto estabelecido na região para estreitar os laços entre os países. Kim Yo-jong teria se referido aos desertores como traidores e no mesmo dia Seul prometeu banir as ações dos dissidentes.

Na esteira da escalada das tensões, nesta segunda-feira (8), o primeiro de dois telefonemas diários do Sul ficou sem resposta, no entanto, a segunda chamada teria sido respondida.

O declínio das negociações entre Seul, Washington e Pyongyang

O colapso das relações entre Seul e Pyongyang ocorre pouco menos de dois anos depois de atingir seu auge desde a guerra. Em setembro de 2018, as duas nações assinaram uma declaração que encerra a Guerra da Coreia, que tecnicamente segue em andamento desde 1950. Os combates entre os países terminaram após um cessar-fogo, em 1953, mas não houve um tratado de paz.

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A declaração de 2018 também não era uma paz permanente, já que os Estados Unidos também teriam que assinar o acordo, mas lançou as bases para uma diminuição das tensões na península, o que incluía viagens transfronteiriças e a abertura de um escritório conjunto.

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Porém, as negociações entre a Coreia do Norte e os EUA pela desnuclearização da península entraram em declínio no início de 2019, e Pyongyang assumiu uma postura mais defensiva diante de Seul, que recuou de promessas que havia feito de interromper exercícios militares com Washington. Os EUA, por sua vez, esperavam convencer os norte-coreanos a desmantelar seu programa de armas nucleares, mas se recusaram a reduzir as sanções econômicas impostas contra a Coreia do Norte.

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